domingo, novembro 11, 2007

ARMAS COLOMBINAS II

(A propósito do comentário de Francisco "fxcct")... ARCOS COLOMBINOS?

Como disse em Armas Colombinas (I), tudo está em aberto… A ideia de que as "âncoras" podiam ser outra peça, nomeadamente arcos já me tinha ocorrido, embora os arcos tendidos na heráldica europeia, só apareçam geralmente nas mãos de "sagitários" humanos ou mitológicos, mas explicaria a peça em questão estar apontada à dextra.
Em todo o caso, as âncoras aparecem referenciadas posteriormente (a alusão de que podia ser outra peça nasce do facto da Carta d'Armas e na chancelaria não aparecer descrito o último quartel e da Carta estar em mau estado), mas ainda assim constitui a mais forte possibilidade.
Quanto ao arcos sagitários temos realmente na Armaria o caso dos "Arco", que é efectivamente interessante, sobretudo porque são armas novas do reinado de D. João II e de se reportarem à Madeira.
Na verdade, os Andrade do Arco, descendentes de João Fernandes Andrade, da Galiza, não parecem ter ligação consanguínea com os Andrade portugueses (embora originalmente, no século XIV tenham vindo também da Galiza e utilizando armas semelhantes às de Colombo: “de ouro, uma banda de vermelho”).
De facto as armas destes Andrade de Arco (“de ouro, um centauro sagitário, a metade humana de carnação, a outra de negro, o arco formado por dois filetes de prata e vermelho, com as empolgaduras de negro, a corda de prata e a flecha enconhada do mesmo, com o ferro de negro e empenada de verde”) resultam de D. João II ter, por serviços prestados nas conquistas de Arzila e Tânger, concedido terras a este João Andrade, na Madeira, no Arco da Calheta, e de com isso ter recebido posteriormente armas e apelido novo… um nome novo como Colombo…
Tinha-me recordado do arco, mas a nível da besta. Quando estava a fazer a investigação para a minha tese académica (que é sobre heráldica medieval portuguesa) reparei num caso:
Um exemplar esfragístico de representação emblemática de armas falantes (como o Arco), identificável com Martim Roiz Balestro (conhecem-se outros Balestro, como Afonso Balestro, vassalo de El-Rei D. Fernando, morador em Évora), que viveu no século XIV (está publicado como o exº 15, do Estudo da Sigilografia Medieval Portuguesa, do Marquês de Abrantes, Lisboa, ICLP, 1983), cujas armas se descrevem “uma besta posta em pala e acompanhada no pé por uma flor de liz à dextra e uma estrela de sete pontas à sinistra”.
Este poderia ser aparentado com os Balestreiro ou Besteiro, apelidos anteriores ao século XVI, mesmo antes da vinda dos Ballestreros castelhanos ou Ballestreres catalães. Há também na Igreja de S. Nicolau em Santarém, um tumulado do século XIV chamado Fernão Besteiro.
Este uso da besta na armaria peninsular é mais extenso que a âncora, que o gume de curtidor ou até que o arco, embora ajude à tese Catalã. Contudo se nos recordarmos das relações entre Portugal e Catalunha na Idade Média, não nos espantaremos de ver Colombo como um Balestro, um Besteiro ou descendente de uma catalão Ballester (“de vermelho uma besta de parta encordada de ouro”).
Tudo em aberto, mas com ajuda heráldica, para a decifração das armas e identidade colombinas…

DAVID FERNANDES SILVA

sexta-feira, novembro 09, 2007

Há erros que arrasam uma tese

Os historidores que participam no blogue da Pseudo-História Colombina deveriam de se fiar menos nos seus preconceitos e investigar as coisas melhor.
O orgulho com que o Senhor Coelho escreveu a seguinte entrada apontando para um erro meu seria muito bem aceite até por mim se não fosse mesmo um grande erro dele. Vejamos o que ele escreveu:

"Há erros que arrasam uma tese
«A 4 de Março de 1493 dá-se um acontecimento que obriga de imediato à redefinição da correlação de forças que se fora conseguindo instalar. Nesse dia arribou ao Restelo Cristóvão Colombo...» F. Contente Domingues, «A disputa
pela posse do Atlântico e a política de D. João II. O tratado de Tordesilhascv», Portugal no Mundo, dir. Luís de Albuquerque, vol. 1, Lisboa, Selecções do Reader’s Digest/Alfa, © 1989, imp. 1993, p. 375.
-*-
«
...a seis dias de Março arribou arrestello em Lixboa Christovam Colombo Italiano...Mas Rui de Pina errou em metade desta frase.E perguntamos: “Então se ele errou em metade porque devemos de acreditar nele sobre a outra metade?”Sim Rui de Pina errou. Mas nenhum historiador antes de nós apontou o erro porque NÃO sabem que Rui de Pina errou.» Manuel Rosa (19-01-2007) sobre o problema irrelevante se Cristóvão Colombo chegou ao Restelo a 4 ou a 6 de Março.
Quem erra numa coisa não errará noutra?
Por: J. C. S. J. às 15:55 "


Primeiramente a data no Codex 632 (página 76 verso) é mesmo 6 de Março e segundamente, por o Prof. F. Contente Domingues usar a data correcta não significa que foi a data tirada do Codex 632. Alguém falou de falácias????

Para quem não acredita veja com seus olhos:



quarta-feira, novembro 07, 2007

ARMAS COLOMBINAS

HERÁLDICA COLOMBINA:
Um brasão poderá solucionar a identidade de Cristóvão Colombo?


Pressupostos:
1-Na época dos Descobrimentos, nos Reinos Peninsulares, incluindo Portugal, pelo facto de existir política de sigilo, era possível a um homem entrar num outro país com um nome falso ou adoptado. Porém o uso de armas era averiguado pelos oficiais de armas (mesmo, nos casos de Portugal e territórios da actual Itália, em que se conhece a existência de armas plebeias), para evitar a usurpação de armas, a fraude e a univocidade das mesmas (a cada possuidor suas armas).


2-Cristóvão Colombo usava armas antes de 1493, tendo-lhe sido concedido um acrescentamento honroso pelos Reis Católicos aquando da descoberta do Novo Mundo.
3-As armas anteriores a 1493 não seriam plebeias, uma vez que Colombo utilizava antes dessa data (a designação aparece logo no texto das Capitulações de Santa Fé), o tratamento de Don, o que significa que, antes de ter tido o reconhecimento pela descoberta do Novo Mundo, sem que lhe fossem conhecidos quaisquer outros méritos que justificassem a atribuição de tal deferência, é designado por esse tratamento que, ao contrário de hoje, implicava em Espanha não um mero tratamento formal, mas um reconhecimento de fidalguia.


1-Armas usadas por Colombo depois de 1493
Partindo dos pressupostos e percebendo que não há um documento coevo que nos indique a origem e a composição heráldica das armas colombinas primitivas, cabe-nos olhar para a chamada Provisão Real de 20 de Maio de 1493 e para a Carta d’Armas, com data de 1 de Junho do mesmo ano, para percebermos que os Reis Católicos fazem um acrescentamento honroso.
As armas descritas ficariam do seguinte modo: Esquartelado, I de verde, um castelo de ouro, II de prata, um leão de púrpura, armado de verde, III ondado de azul e prata, umas ilhas de ouro, IV armas não descritas.

Para sermos mais rigorosos, eis a tradução do texto da Carta d’Armas: “…além das vossas armas, em cima delas, um castelo e um leão, convém saber: o castelo de cor dourada, em campo verde, em cima do lado direito; no outro quartel em cima, do lado esquerdo, um leão de púrpura, em campo branco, armado de verde; e no outro quartel, em baixo do lado direito, umas ilhas douradas em ondas de mar; e no outro quartel em baixo do lado esquerdo, as vossas armas que soíades trazer”
Nesse acrescentamento, os Reis Católicos ordenam a colocação das armas primitivas no último quartel do esquartelado, descrevendo no primeiro e segundo quartéis as próprias armas reais diferenciadas (como aliás era próprio nas concessões régias, um pouco por toda a Europa) e no terceiro quartel, as armas alusivas à descoberta.
No quarto quartel, surgem - como se disse - as armas de Colombo, que não vêm descritas e indicadas sobre a expressão lacónica “armas vuestras que solíades tener”.
Escuso-me de escrever sobre as circunstâncias do acrescentamento honroso, visto que Martínez Llorente o fez com todo o rigor científico e profundo conhecimento de Armaria no seu estudo sobre o acrescentamento heráldico de Colombo.


2-Armas usadas por Colombo antes de 1493
A análise da Carta d’Armas, único e verdadeiro documento imageticamente fidedigno das armas originais, traz consigo alguns pormenores interessantes.
Por uma questão de rigor, diga-se em abono da verdade que, a menos que haja um documento anterior ou contemporâneo, as únicas armas rigorosas são efectivamente as armas descritas na Provisão Real e no registo da chancelaria dos Reis Católicos e iluminadas na Carta d’Armas (cuja foto foi publicada por Martínez Llorente) (imagem 1), ou até porque as outras representações das armas, mesmo a que está apensa aos documentos do Livro dos Privilégios (1502), são posteriores e poderiam ter sofrido alterações ou ter má qualidade por culpa ou desconhecimento do iluminador.

O oficial de armas que redige a Carta d’Armas, depois de descrever o acrescentamento heráldico concedido pelos Reis Católicos, tem a prudência de não descrever o último quartel das armas primitivas de Colombo, remetendo para a expressão: “as vossas armas que soíades trazer”, indicativa de três possibilidades: armas desconhecidas, armas assumidas ou armas reconhecidas.
A serem armas desconhecidas significa que o oficial de armas averiguando as armas do reino não encontrava outras iguais e que não estava comprometido o princípio da univocidade, mas escusava-se de as descrever porque eram armas estrangeiras.
A expressão pode também ser indicadora de que se tratavam de armas assumidas e nesse caso poder-se-ia falar tanto de armas plebeias como não-plebeias, assumidas em determinado momento pelo seu possuidor.
Quanto a armas reconhecidas, o oficial de armas poderia indicar que não sendo armas de linhagem, nem sendo armas assumidas, podiam ter sido armas novas, diferenciadas ou acrescentadas, mas cuja origem tinha sido verificada e o uso autorizado.
Curiosamente no acrescentamento heráldico a Hernan Cortes, Carlos V e Joana I outorgam acrescentamento honroso das armas “demas de las armas que assi tenéis de vuestro liñage”, não descrevendo as armas, mas explicitando que se tratavam de armas de família pré-existentes. Apesar de o cronista não se referir às armas como sendo de família, Las Casas indica que as armas do último quartel do brasão colombino são as de “su liñage antiguo”.
Apesar de Martínez Llorente ter publicado a fotografia da iluminura da Carta de Armas, o último quartel oferece-nos algumas dificuldades na própria análise e correcta descrição do que seriam as armas que Colombo utilizou (imagem 2).


2.1. Desmontagem e hipóteses de leituras das armas
O brasão debuxado no último quartel pode ser descrito/interpretado dos seguintes modos:

1ª Hipótese (armas completas)
De ouro, banda de azul e chefe de vermelho, mantelado de azul carregado de cinco âncoras de ouro postas em aspa e volvidas à dextra. (imagem 3)

2ª Hipótese (dois escudos)
1º escudo: de vermelho, mantelado de azul, com cinco âncoras de ouro postas em aspa e volvidas à dextra. (imagem 4)
2º escudo: de ouro, banda de azul. (imagem 5)

3ª Hipótese (dois escudos)
1º escudo: de azul, carregado de cinco âncoras de ouro postas em aspa e volvidas à dextra. (imagem 6)
2º escudo: de ouro, banda de azul e chefe de vermelho. (imagem 7)

4ª Hipótese (dois escudos)
1º escudo: de azul, carregado de cinco âncoras de ouro postas em aspa e volvidas à dextra. (imagem 6)
2º escudo: cortado, I pleno de vermelho, II de ouro, banda de azul. (imagem 8)


Fazendo apenas breves alusões às armas, deve-se dizer que o mantel é relativamente raro na heráldica portuguesa, mas relativamente comum na espanhola, o que pode gerar alguma confusão: o mantel ajuda à tese espanhola, catalã e maiorquina, os elementos em aspa à tese portuguesa, a banda à tese galega, e a banda em conjunto com o chefe à tese genovesa e italiana, em geral.
A propósito da já quase abandonada tese genovesa, está comprovado que no caso do brasão das âncoras (imagem 6) não estamos perante o brasão dos tecelões de Génova.

Ao contrário de Florença, nem todas as corporações de mesteres genovesas tinham armas, sabendo-se que os “cardatori” e “lanaioli” genoveses estavam organizados em pequenos grupos (uma espécie de “albergues de ofícios”) e não numa grande corporação.
Cada um desses pequenos grupos utilizava signas e só raramente armas, pelo que não faz sentido considerar as âncoras como armas dessa corporação. Através da análise das suas armas, seria mais provável Colombo pertencer à famosa Irmandade de S. Cristovão de Alberg - veja-se um exemplo sugestivo retirado do seu armorial, Sancti Christophori am Arlberg Bruderschafts Buch, realizado entre os anos de 1350 e 1647 (imagem 9) - do que aos “lanaioli” genoveses”.
Perante a questão das âncoras, podemos também estar perante uma errada leitura, dado que o mau estado em que está a Carta d’Armas não nos permite perceber se estamos perante âncoras ou outra peça semelhante, por exemplo um gume de curtidor.
Analisando, a peça, a ser uma âncora, não tem cepo, mas somente ferro (partindo do princípio que a amarra pode não aparecer). O gume de curtidor aparece, por exemplo nas armas dos Franckestein, no quatrocentista Armorial de Gelre (imagem 10), (de ouro, um gume de curtidor de vermelho, volvido ao chefe) ou na Agremiação dos Sapateiros de Caudebec - Normandia (de vermelho, um gume de curtidor de prata, encabado de ouro volvido ao chefe) (imagem 11),
Mesmo partindo do princípio que são âncoras, por comparação com representações posteriores, relativamente contemporâneas, porque estão volvidas à dextra, ou seja ”deitadas”?
Serão uma alusão à possível bastardia do possuidor? Deveríamos procurar armas direitas: de azul, cindo âncoras postas em aspa (imagem 12).
À guisa de exemplo, D. João II ordena, no contexto da reforma heráldica das armas régias de Portugal, além da retirada da cruz de Avis, que os escudetes apontados ao coração do escudo fossem “endireitados”, porque tal poderia ser interpretado como “quebra”, id est, como indicativo de bastardia.
A serem armas familiares, as âncoras podem, por exemplo, significar também diferença das armas do chefe da linhagem. Deveríamos procurar as seguintes armas: de azul, cinco cruzetas de ouro postas em aspa (imagem 13), uma vez que, em heráldica as âncoras são substitutos das cruzes e uma vez que simbolicamente, como veremos, uma âncora foi usado como sinal da cruz cristã?
Armas muito semelhantes a estas (e presentes em algumas armas usadas em Portugal - imagem 14) é uma das variantes das armas dos Palaelogi (imagens 15 e 16), imperadores de Constantinopla (imagem 17), aparentados com os do Reino de Jerusalém (imagem 18), cuja família entronca muitas famílias europeias (os Reis de Chipre, aparentados com os Moniz da família da esposa de Colombo), o que não deixa de ser interessante visto que o seu filho Hernando afirma acerca de Colombo "que sendo seus antepassados de sangue real de Jerusalém, achou por bem que a sua linhagem não fosse conhecida".
A título de curiosidade e a propósito de símbolos radicados no Cristianismo, no brasão do Ordem do Carmo (imagem 19), o campo do escudo a castanho (não sendo uma cor tipicamente heráldica) significa o Monte Carmelo. No 1º escudo da 2ª hipótese (imagem 4), o campo de vermelho poderia ser interpretado como referência à “Tierra Rubia”, terra ou monte vermelho, que Las Casas dá como origem colombina (para as teses portuguesas poderiam funcionar como referências hipotéticas de armaria o “Pico Vermelho”, na Ribeira Grande - S. Miguel, Açores ou “Vila Ruiva”, próxima de Cuba, Alentejo).


2.2. Explorando a hipótese de serem armas portuguesas
Face às hipóteses supra-indicadas, poderão os Heraldistas de outros países, procurar armas semelhantes. Não duvido que os adeptos da tese catalã, as comparem com as dos Colom de Tarroja de Segarra (Catalunha - imagem 7) e que sendo efectivamente semelhantes, parecem ser posteriores.
É de crer que, na óptica de Heráldica comparada, se encontrem armas semelhantes por toda a Europa e até em armas indigenizadas (dos que passaram a Portugal em época posterior, temos, por exemplo, semelhança nas armas usadas pelos Lemercier, da Flandres – “de prata, uma banda de azul, carregada de três vieiras de prata”).
Contudo, como Colombo viveu em Portugal antes de 1493 e tinha armas, poderia ou poderá existir memória dessas armas, até porque poderá tê-las usado, assumido ou ganho em contexto português, além de que é muito natural que as armas tenham sido, como em Espanha, sujeitas ao exame dos oficiais de armas. Pode ainda dar-se o caso de Colombo ser efectivamente português, independentemente da sua origem (régia, fidalga ou plebeia).
Não obstante, como nos diz Silva Lopes, há que ter em conta o facto de “nem todas as mercês heráldicas haverem sido registadas nos livros existentes”. Também devemos ter em conta que a assunção de armas só terminou definitivamente, no reinado de D. Manuel, em 1512, apesar de controlos anteriores, nomeadamente o do controlo no uso de armas burguesas com D. Afonso V.
Face aos registos heráldicos, temos como problema inicial a questão de os registos de armaria mais antigos terem desaparecido (com excepção dos esculpidos na tumulária medieval – cuja recompilação tenho vindo a realizar) e de ter desaparecido no terramoto de 1755 o Livro dos Reis d’Armas, de João Rodrigues, registo de armaria contemporâneo de Colombo, de quem nos diz Manuel Artur Norton: “o citado Códice que João Rodrigues debuxou e escreveu por ordem do rei D. João II, era para registar a aristocracia que poderia ser chamada para o serviço régio”. Tal referência não deixa de ser assaz interessante, se nos lembrarmos que, na versão oficial, Colombo ofereceu os seus préstimos à Coroa Portuguesa e que, de algum modo, poderia as suas armas ou as de sua família estarem aí debuxadas.
Silva Lopes, no seu estudo sobre as armas da época, relacionadas com os Descobrimentos, distingue vários tipos: armas novas, acrescentamento, substituição e alteração. Poderíamos analisar aqui vários casos, de armas concedidas na época, por questões de serviço, mas para isso, remetemo-nos para aquele estudo.
Há casos, como o de João Gonçalves Zarco, de quem é conhecida a concessão de armas (“de negro, torre de prata, assente em monte de verde, sustida por dois lobos rampantes de ouro) e novo apelido, Câmara de Lobos, passada a 4 de Julho de 1460. Para aqueles que radicam nesta família uma hipótese de ascendência colombina, não deixa de ser interessante o Brasão d’Armas com que alguns Câmara passaram à Galiza, aí usando: “partido, I de azul, três faixas de ouro, II prata, leão de vermelho” (imagem 20 - compare-se com a imagem 2). Já de Tristão Vaz conhecem-se armas, através do uso dos seus descendentes mas não se conhece registo.
Sem excluir os que tradicionalmente, em Portugal e estrangeiro, tinham armas bem antigas com elementos colocados em aspa, os heraldistas foram percebendo que o uso e atribuição de quinas ou elementos colocados em sautor são típicos do Reinado de D, João II (Nicolau Coelho, por exemplo - imagem 21) com continuidade no de D. Manuel (por exemplo, a doação do rei D. Manuel ao Rei do Manicongo, ou a Vasco da Gama - imagem 22).

Não quer isto dizer que as âncoras de Colombo tenham que ser “aparentadas” com os cinco novelos posto em aspa do brasão de Bartolomeu Dias (imagem 23), que se conhecem sobretudo pelo uso dos descendentes, de apelido Novais ou Nabais (“de azul, cinco novelos de prata” - imagem 24), mas não deixam de ser aproximadas em termos heráldicos.
Por isso, não deixa de ser uma hipótese a considerar que, nas armas de Colombo, a partição das âncoras poderia ser um acrescentamento honroso às armas de linhagem, feito por D. João II, mesmo sem registo, in pectore, ou até de registo perdido.
A associação a Portugal pelas quinas e elementos postos em aspa era de tal maneira que o brasão que Duarte Pacheco Pereira recebe do Rei de Cochim, em 1504, contempla elementos postos em aspa (“de vermelho, cinco coroas de ouro, de oito florões, postas em sautor, bordadura de prata, aguada de azul, carregada de oito castelos de madeira, de verde…).
Nada impedia, pois, que Colombo recebesse um acrescentamento honroso dos Reis Católicos depois de poder ter recebido um de D. João II, mesmo que fosse in pectore, constituído por cinco âncoras em aspa, um entre os acrescentamentos honrosos e armas atribuídos por esse rei do qual se perderam muitos dados, nos terramotos de 1531 e 1755.
Quanto ao uso da banda, partindo da possibilidade de Colombo ser português ou descendente de portugueses poderia ser um Ataíde (imagem 25), um Viegas, um Azambuja (imagem 26), um Albornoz um Lisboa (uma família medieval da qual se conhece pouco, mas que teve bastante importância até ao século XV – imagem 27) ou um Anhaia, isto para citar algumas família portuguesas que poderiam ser aparentadas na sua heráldica, pelo uso de bandados. A propósito da banda, houve quem sugerisse que Colombo poderia ser membro da ordem da Banda, facto de não consegui encontrar referência fidedigna.
Uma outra hipótese, correspondente com alguma tese galega, seria pertencer à família portuguesa (dec raiz galega) Gundar (imagem 28): partido de vermelho, o 2º de ouro de ouro, 4 bandas de azul. Se pensarmos que os cortados e os partidos são muitas vezes partições substitutas em heráldica, o brasão é muito semelhante ao de uma das hipóteses do brasão colombino (imagem 8).
Também não está posto de lado o facto das armas colombinas referirem-se ao Borgonha antigo (“bandado de 6 peças de ouro e azul”, com ou sem bordadura de vermelho - imagem 29), ao brasão de Salvago (que ajudaria, em parte, à tese genovesa, mas que passaram mais tarde a Portugal) ou ao brasão de Pessanha (“de prata, com uma banda dentelada de vermelho, carregada com três flores de liz de prata” - imagem 30), que, sendo de origem genovesa, passaram a Portugal no tempo de D. Dinis e em cuja casa, andava o Almirantado nacional, ajudando este elemento aqueles que se recordam da sentença colombina: “não sou o primeiro almirante na minha família”

A melhor probabilidade portuguesa, derivada da análise da armaria é a de pertencer à família dos Almada. Os Almada, descendem de Joanes Anes de Almada e deste de um cavaleiro inglês que tomou parte na conquista de Lisboa, têm por armas” de ouro, com uma banda de azul carregada de duas cruzes florenciadas e vazias de ouro, acompanhadas de duas aguietas de vermelho, armadas e sancadas de negro” (imagem 31). As cruzes florenciadas não constavam anteriormente das armas (imagem 32) tendo sido acrescentadas no século XIV-XV, quando João Vaz Almada, cavaleiro da Ordem da Jarreteira serviu D. João I, numa alusão evidente à crise de 1383-85.
Quanto aos primitivos Almada usaram como armas, as armas exactamente iguais às de Colombo: “de ouro, uma banda de azul” (imagem 5), que são as da família Trye, família do tal cavaleiro inglês que tomou lugar ao lado de D. Afonso Henriques na Conquista de Lisboa de que se conhece registo heráldico (III Roll Dering Roll, registo de Mathew de Trye, datado de cerca de 1275) e que deu origem aos Almada.


2.3.Simbologia das âncoras e outras questões à margem
Poderíamos analisar profundamente aqui a simbologia colombina, do ponto de vista do esoterismo ou da simbologia “maçónica” presente nos vários elementos heráldicos ou de “empresa” (a simbologia maçónica embora radicada numa tradição anterior, é obviamente posterior à época colombina), mas não me parece ser aqui o espaço para estudo dessa índole.
Um desses exemplos é a simbologia das romãs, inclusivamente presentes no túmulo colombino oitocentista. As romãs são sobretudo um símbolo feminino (por serem policarpos e gerarem muitos frutos), de tal ordem que na Idade Média, as árvores genealógicas ostentavam os ramos masculinos com ramos de carvalho e os femininos com ramos de romãzeira, que, na minha opinião, por si só, dificilmente podem ser associadas a um dos supostos candidatos a pai de Colombo: o infante D. Fernando, pai do rei D. Manuel.
A título de curiosidade, face à questão das romãs (interessantemente abordada por Manuel da Silva Rosa), relativamente aos quadros representando o infante D. Fernando, deve dizer-se que as pinturas são cerca de um século posteriores e as romãs, se o forem, são decorativas.[
Alerta: O artigo sobre o retrato de D. Fernando é mais um do Dr. Manuel Luciano da Silva e não abordado por de Manuel Rosa - Manuel Rosa]. Por exemplo, na Genealogia do Infante D. Fernando (manuscrito do início do século XVI - imagem 33), filho de D. Manuel e neto do Infante D. Fernando em causa, não aparecem romãs, nem nos frondosos rebentos na árvore de gerações e é talvez o “retrato” existente mais antigo do Infante. Em relação à análise da “empresa”, de que consta uma bóia daria trabalho para outro estudo.
Se ajudar aos estudos colombinos, a romãzeira é também símbolo de S. Cristóvão, símbolo da conversão que dá frutos (na lenda medieval de S. Cristóvão, consta que S. Cristóvão estando em Samos, na Lícia, onde havia de ser martirizado, levou consigo o bordão, antes palmeira ou tamareira, com o qual bateu no chão da praça pública; o bordão transformou-se numa romãzeira e encheu de frutos os estéreis jardins da Cidade, levando à conversão de 8000 pessoas e à perseguição por parte do rei).
Fiquemos por agora pelas âncoras, que são um símbolo facilmente (e)legível na época colombina. A âncora, não é apenas um símbolo naútico, mas é, por exemplo, um atributo hagiográfico de S. Nicolau, padroeiro dos navegadores. A âncora associada à cruz simboliza a esperança dos cristãos em Cristo.
A cruz-âncora também foi emblema de São Clemente, Bispo de Roma, que de acordo com a tradição foi amarrado a uma âncora e lançado ao mar pelo imperador Trajano.
A cruz-âncora foi utilizada em imagens tumulares pré-cristãs, inicialmente como indicação da profissão, tendo-se tornado, nos primórdios do Cristianismo, devido à sua forma, um símbolo camuflado da Cruz, sinal de Redenção. Na escultura tumular cristã, a âncora acha-se frequentemente flanqueada por peixes ou golfinhos, igualmente figuras simbolicamente associadas a Cristo.
Parece-me sobretudo importante este facto de a âncora ter sido utilizada desde o século I pelos cristãos como sinal de cruz e símbolo da esperança, radicada na tradição Paulina: “Tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da prometida esperança, a qual temos como âncora da alma, segura e firme” (cfr. Epístola aos Hebreus 6, 18-19).
Por isso, a alusão de que as âncoras poderiam ser, segundo alguns autores besantes ”disfarçados” não me parece lógica, mas que são elementos náuticos com uma claríssima e (à época) conhecida simbologia (vejam-se as páginas:
www.pime.org.br/noticias.inc.php?&id_noticia=4281&id_sessao=2; http://www.jesuswalk.com/christian-symbols/anchor.htm).
Diga-se em abono da verdade que a âncora como elemento heráldico é raro na armaria portuguesa. Está presente nas armas dos Henriques (da Dinamarca): “de azul, com uma âncora de ouro”. Certos autores chegaram a associar estas armas às de Colombo, só que estas são as armas portuguesas dos Eriksen dinamarqueses, que passaram a Portugal em época mais tardia, onde indigenizaram o nome e que, em princípio, não devem ser tomadas em conta (apesar disso, observe-se a beleza dessas armas e das cenas marítimas envolventes, no enquadramento de uma tapeçaria do século XIV, que existe no convento de Wienhausen, na Baixa Saxónia – imagem 34) Outros Henriques utilizam um dos poucos mantéis conhecidos na heráldica portuguesa (imagem 35).

Uma de várias maneiras de solucionar o problema da heráldica e identidade colombina, passava por encontrar nos depósitos do Museu do Carmo (sobram algum fragmentos pétreos dos séc. XV-XVI da capela dos Monizes) os restos da sepultura de Filipa Perestrelo Moniz, mulher de Colombo. Não se conhece o local exacto e pode ter sido destruída em 1755 ou na reconstrução da Capela da Piedade.
A pedra tumular da mulher de Colombo, a julgar pelos modelos da época, se tivesse brasão, deveria ter usado à dextra o do marido antes de lhe ter sido concedido os acrescentos heráldicos - o que seria uma ajuda preciosa (veja-se uma reconstituição hipotética - imagem 36, conjugando as armas dos Perestrelo: “escudo partido; na primeira, em campo de oiro, um leão de púrpura armado de vermelho; na segunda, em campo de prata, uma banda azul, carregada de três estrelas de oito pontas entre seis rosas de vermelho de três em três em pala” e as de Moniz - imagens 37 e 38)
O mesmo poderia suceder na análise dos túmulos dos Zarco, na Madeira, (de quem Colombo poderia eventualmente descender), visto que não se conhecem se existiam ou como seriam as armas antes da concessão de 1460 a João Gonçalves Zarco, pelo que os túmulos poderão ter armas anteriores ou memórias heráldicas, importantes para esta investigação.


3-Podem os nomes colombinos ajudar na interpretação das armas?
A escolha de um nome pode ajudar ou complicar na interpretação das armas, mas não devemos excluir a possibilidade de investigarmos. A escolha do nome Cólon ou Colombo, por exemplo, é muito complexa, mas podemos levantar algumas hipóteses face a outras questões.
A escolha do nome Cristóvão não poderá estar ligado ao facto de ter nascido em dia de S. Cristóvão, 25 de Julho? Ou de ter estado em perigo de vida, de que S. Cristóvão era o padroeiro? São Cristóvão é um dos 14 santos padroeiros principais, sendo prática comum colocar as suas imagens, de grande tamanho, normalmente na parede norte das Igrejas, para que quem as visse não morresse nesse dia.
Sabemos, contudo, que é muito provável que Cristóvão Colombo se chamasse Pedro (probabilidade que os partidários da tese galega aproveitam muito bem). Isto baseia-se no facto de o genealogista Gaspar Frutuoso (1522-1591), que pesquisou os arquivos da Graciosa em 1580, indicar em determinado passo da sua obra Saudades da Terra (que ficou manuscrita), referindo-se aos “Furtados e Correias, nobres Fidalgos, também povoadores antigos desta Ilha de S. Miguel” que " estes são parentes dos Correias e Melos, pela parte dos Mendonças, e Dona Catarina de Mendonça, sua tia, era neta de uma irmã da mãe do Mestre de Santiago, Dona Ana de Mendonça, e da primeira baronesa de Alvito, e da mulher de Dom Pedro Colon, que descobriu as Índias de Castela."
Considerado muito rigoroso em genealogia, era praticamente contemporâneo de Colombo e conhecia bem as ligações familiares dos primeiros povoadores das Ilhas, pelo que não é provável que seja erro (é também curioso o facto de tratar Colombo por “Dom” e inclusivamente utilizar Colon em vez de Colombo).
O nome de Pedro está confirmado pelo Lucio Marineo Sículo (1460 – 1533) historiador siciliano, notável latinista, humanista, capelão dos Reis Católicos e seu cronista, que apelidou Colombo de Pedro, mencionando, em De rebus Hispaniae memorabilibus Libri XXV (Alcalá, 1530), “Petrum Colonum cum triginta navibus”. Tendo em conta que o conheceu, é ainda mais improvável o engano.
Na base da pura conjectura – uma entre tantas – interessaria aos historiadores colombinos verificar se Colombo (além das teses que o dão como filho de D. Fernando ou de qualquer outro membro da família real portuguesa) não poderia ser, por exemplo D. Pedro de Almada, filho de D. Fernando de Almada, 2º conde de Abranches e de D. Constança de Noronha, ou até Pedro Dias, irmão mais novo de Bartolomeu Dias.
Vejamos, na base - repito! - da pura conjectura: Bartolomeu Dias e Diogo Dias eram irmãos navegadores que aparecem e desaparecem em Espanha e Portugal quase como Bartolomeo Colon e Diego Colon aparecem e desaparecem lá. Sabe-se pouco do terceiro irmão Pedro Dias. Las Casas, por exemplo, refere que Bartolomeo Colon participou na dobragem do cabo da Boa Esperança e Colombo refere a dado passo que assistiu à partida de Bartolomeu Dias.
Do pouco que se conhece sobre Bartolomeu Dias (dos irmãos sabe-se ainda menos), sabe-se que foi um navegador português, descendente de Dinis Dias, outro descobridor. Ignora-se onde e quando nasceu, mas calcula-se que terá nascido cerca de 1450. Presume-se que Bartolomeu Dias foi escudeiro da Casa Real e recebedor do Armazém da Guiné, durante o período entre 1494 e 1497.
Um dos acontecimentos mais marcantes na vida deste navegador é, com certeza, a passagem do Cabo das Tormentas (acompanhou também a armada de Cabral, tendo a sua caravela perecido na tormenta). Rui de Pina, cronista de D. João II, vivendo de perto os acontecimentos, deu aparentemente mais importância a chegada de Colombo a Lisboa no regresso da viagem às Antilhas, do que à dobragem do Cabo. A importância da viagem de Bartolomeu Dias reduzida ao silêncio deve-se à política de sigilo, apesar do papel crucial na expansão marítima para a descoberta do caminho marítimo para a Índia.
Em fins de Agosto de 1487, Bartolomeu Dias partiu de Lisboa ou Vila Franca de Xira, comandando duas caravelas e uma naveta com mantimentos. Pêro de Alenquer é o piloto da caravela capitânia, S. Cristóvão (referência interessante). A outra, São Pantaleão é comandada por João Infante e Diogo Dias e a naveta por Pedro Dias, o supra-citado irmão de Bartolomeu e de Diogo. A missão regressa a Portugal em Dezembro de 1488, apelidando o dito cabo de Tormentoso, que D. João II renomeou em Cabo da Boa Esperança, “por aquilo que prometia para o descobrimento da Índia tão desejada”.
Se pensarmos no brasão de Bartolomeu Dias e das âncoras, símbolos da “Boa Esperança”, é uma hipótese a ter em conta, apesar de conjectural, mas não deixaria de ser facilitadora nas buscas documentais nos arquivos da Madeira, de Beja ou na própria Torre do Tombo.
Não escondo que gostaria muito de ver comprovada a tese do Colombo português, embora reconheça méritos – mesmo do ponto de vista da análise heráldica – à galega ou maiorquina, pelo que, neste jogo de análises, em grande medida conjecturais, sem ser acólito fanático da tese portuguesa, continuo a crer que a heráldica (portuguesa ou não), sendo uma ciência e uma arte, com rigor e regras muitos estritas pode dar, a par com a investigação documental um valioso contributo, pelo que não me admiraria que Colombo fosse efectivamente um membro da família dos Almada ou até Pedro Dias, irmão de Bartolomeu Dias.
Estou certo que, se os heraldistas – e em Portugal temo-los com grande qualidade – forem chamados a uma investigação séria, poderemos avançar muito e não duvido que o Instituto Português de Heráldica e a Associação dos Arqueólogois portgueses possa em colaboração com os estudioso colombinos ter contributos a dar.
Sei como uma imagem vale mais que mil palavras, mas um brasão sendo uma imagem com regras, é uma imagem, que pode conter em si própria a solução da sua própria interpretação…

BIBLIOGRAFIA
ALBUQUERQUE, Luís de. Os descobrimentos portugueses, Lisboa: Publicações Alfa, 1985
ALBUQUERQUE, Luís de. Navegadores, viajantes e aventureiros portugueses, sécs. XV e XVI, s. L., 1987
CAMPOS, Viriato, Viagens de Diogo Cão e de Bartolomeu Dias: contribuições para o seu estudo, Lisboa: Parceria A. M. Pereira, 1966
CEBALLOS-ESCALERA Y GILA. “Novedades y cambios en la heraldica castellana”, Comunicação ao VII Coloquio Internacional de Heraldica, Cáceres, 1991
COUTINHO, António Xavier da Gama Pereira. Os Representantes de Bartolomeu Dias e Paulo Dias de Novais, Edição do Autor, 1ª Edição, Matosinhos, 1938
FONSECA, Luís Adão da, O essencial sobre Bartolomeu Dias, [S.l.]: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1987
FRUTUOSO, Gaspar. Saudades da Terra (op.man)
MARTINEZ LLORENTE "El escudo de armas de Cristóbal Colón. Estudio de un acrecentamiento heráldico", Cuadernos Ayala, Madrid, Junho-Julho 2006
NÓBREGA, Artur Vaz-Osório. Compêndio Português de Heráldica de Família, Mediatexto, Lisboa, 2003
NORTON, Manuel Artur. A Heráldica em Portugal, Dislivro Lisboa, 2004,vol, I e II
LAS CASAS, Frei Bartolomé de. Historia de las Indias, Madrid, Imprenta de Miguel Ginesta, 1875
LOPES, Carlos "As conquistas e os descobrimentos na heráldica portuguesa do século XVI", Armas e Troféus, 1960
ROSA, Manuel da Silva. O Mistério Colombo Revelado, Ésquilo, 2006
www.instituto-camoes.pt/revista/bravhomens.htm
www.pime.org.br/noticias.inc.php?&id_noticia=4281&id_sessao=2
www.jesuswalk.com/christian-symbols/anchor.htm

Nota: a imagem 1 é de Martinez Llorente, as imagens 9, 10 e 34 são de Heraldry: A Pictorial Archive for Artists and Designers, de Fox-Davies, a imagem 33 é da Genealogia do Infante D. Fernando, as imagens 14,17,18, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 29, 30, 31, 35, 37, 38 são do Livro do Armeiro Mor e as restantes desenhos da minha pena

segunda-feira, outubro 29, 2007

Apresentação na FNAC Colombo

5 de Novembro Primeiro Ministro

Apresentação do Livro "O MISTÉRIO COLOMBO REVELADO" ao Gabinete do Primeiro Ministro, José Sócrates, às 15H30

Para o evento estaram presentes o Historiador e Autor, Manuel Rosa, o Presidente da Câmara de Cuba, Sr. Francisco Orelha, o Senhor Conde da Ribeira Grande, D. José Cabral Gonçalves Zarco da Camara, a Drª Patrícia Costa Dias da Editora Ésquilo e possivelmente o Engº Carlos Calado dos Amigos da Cuba.



5 de Novembro

FNAC ColomboPalestra titulada "Quem foi Colombo em Portugal?"
seguida por Perguntas e Respostas e Sessão de Autógrafos.




Local: Loja FNAC no Centro Comercial de Colombo
Dia:
5 de Novembro
Hora:
às 21H30

domingo, outubro 28, 2007

28 de Outubro



Em 28 de Outubro de 1492, Cristóvão Colon descobriu a ilha à qual deu posteriormente o nome de CUBA.
Uns dias antes já tinha chegado ao Novo Mundo e começou por dar o nome de Sâo Salvador à primeira das ilhas que encontrou.
Em 28 de Outubro de 2006, foi descerrada em Portugal, na vila de CUBA, a primeira estátua que homenageia o descobridor português que tomou o nome de Cristóvão Colon.
Hoeje, no 1º aniversário da inauguração, relembramos o acontecimento.

Por feliz coincidência, o livro "O Mistério Colombo Revelado" foi lançado precisamente na véspera da inauguração.
Este ano que transcorreu foi fértil em acontecimentos relacionados com o Descobridor das Américas.
Há cada vez mais pessoas por todo o mundo que questionam a versão tradicional imposta na História.
Artigos, páginas Internet, Blogs, livros, revistas, filmes e programas de rádio e TV põem a nu as fragilidades dos alicerces do Colombo genovês.
Constantemente se encontram novas pistas e argumentos que reforçam a nacionalidade portuguesa de Cristóvão Colon.
Nós, Amigos da Cuba, continuaremos a procurar e a divulgar todos os indícios da ligação entre o Almirante, o Alentejo e a Cuba.

Carlos Calado - 28 de Outubro de 2007

sexta-feira, outubro 26, 2007

Manuel Rosa - Ódio, "Prejudice" e Malquerença

Não posso de deixar passar sem anotar como os autores do blog da Pseudo-História Genovesa Colombina mostram tanta Aversão, Ódio, Prejuízo e Malquerença para com o historiador Manuel Rosa que para além de diáriamente atacarem o livro O Mistério Colombo Revelado, o seu autor e os seus argumentos, notem que ainda meteram o link para este nosso blog e para o site do mencionado livro debaixo de um titulo : LOCAIS COM PSEUDO - HISTÓRIA (como se vê na imagem á esquerda.)

Isto seria pouco de estranhar se ao mesmo tempo o senhor Professor
João C. da Silva de Jesus não tivesse metido um link para uma página de clara Pseudo História debaixo do titulo: REFERÊNCIA E ENSAIO (seta amarela).

As páginas em questão são de um site Italiano que tenta explicar os problemas da "estória genovesa" dando o genovês Colombo não como filho do Domenico Colombo "tecelão de Génova" mas como um filho "
illegittimo del nobile Bartolomeo Pallastrelli di Piacenza".

Esta história de fantasia é apresentada pelo
Professor João C. da Silva de Jesus como "referência" enquanto a obra do Sr. Rosa resultado de 15 anos de esforço e louvada por Professores e leitores desde Boston a Bruxelas, (cujo livro o Professor João C. da Silva de Jesus admite que ainda não leu), é continuamente apresentada como uma obra sem mérito.

Ora a página em questão apontada como referência está em Italiano e acho que só por isso atinge logo crédito nos olhos do
Professor João C. da Silva de Jesus. Parece que só quando o livro de Manuel Rosa for editado em Italianao é que o Professor João C. da Silva de Jesus lhe dará algum crédito.
Pois até hoje somente aquilo que vem em Ytaliano que fala de genoveses ou duvida de um Colon Português é que vem aceite pelo
Professor João C. da Silva de Jesus como sendo a História de Mérito.
Tudo o que não menciona Ytália é automáticamente Pseudo História para ele.

Acho esta mesquinha attitude de Ódio,
Prejuízo e Malquerença do senhor João C. da Silva de Jesus dirigida ao historiador e autor Manuel Rosa uma grande vergonha para alguém que se chama Professor de História.


terça-feira, outubro 23, 2007

O MISTÉRIO COLOMBO REVELADO a Cavaco Silva

O Mistério Colombo Revelado a Cavaco Silva
Anibal Cavaco Silva, Presidente de Portugal e Manuel Rosa, Historiador residente nos EUA, discutem "O Mistério Colombo Revelado" e o Grande rei D. João II.

Enigmas sobre "Cristovão Colombo - O Enigma"

Muitos pensam e dizem (até em Itália) que o filme Cristovão Colombo - O Enigma de Manoel de OLIVEIRA foi baseado na grande obra de investigação apresentada no livro O Mistério Colombo Revelado de Manuel da Silva Rosa. Mas infelizmente isso não é verdade. O filme de Manoel de OLIVEIRA foi baseado na vida do Dr. Luciano Silva e de sua esposa e não n'O Mistério Colombo Revelado, cujas provas da falsidade da história de um Colombo "genovês" vão muito mais além que ninguém até hoje conseguiu ir e revira mesmo toda a história de 500 anos de pernas ao ar.
"
Para chegar onde o Manuel Rosa chegou, atendendo à extrema complexidade e às múltiplas dimensões do tema, é necessário paixão e trabalho, trabalho e paixão." - Manuel TT

domingo, outubro 21, 2007

Dormindo com o inimigo (???)






D. Jorge de Lancastre – dormindo com o inimigo(???)




D. Jorge de Lancastre nasceu em 1481, filho do Rei D. João II e de Ana de Mendonça. Recebeu o título de Duque de Coimbra (2º) e casou com Dª. Beatriz/Brites de Vilhena em 31/05/1500.
Quem era Dª Beatriz/Brites de Vilhena?
Era filha de D. Álvaro de Portugal, filho de D. Fernando, 2º Duque de Bragança.

Os irmãos de D. Álvaro de Portugal eram D. Fernando II - 3º Duque de Bragança, D. João - Marquês de Montemor e D. Afonso - 1º Conde de Faro.
Pelo que lemos na História, o Rei D. João II foi vítima de algumas conspirações, a principal das quais foi encabeçada pelo 3º duque de Bragança – D. Fernando II e na qual participaram seus irmãos. Descoberta a conjura, o Duque de Bragança foi julgado e condenado à morte. Os irmãos exilaram-se ou foram exilados em Castela.
D. Álvaro de Portugal veio a desempenhar um cargo de relevo na Justiça da corte dos Reis Católicos e assumiu mais tarde a defesa das pretensões de D. Diogo Colon aos títulos e privilégios de seu pai D. Cristobal Colon, descobridor do Novo Mundo e Almirante das Índias.
Um filho de D. Álvaro de Portugal, de seu nome Jorge Alberto de Portugal y Melo – 1º Conde de Gelves, casou com Dª Isabel Colón de Toledo, filha de D. Diogo Colon.

Será que D. Jorge de Lancastre casou com uma filha de um dos inimigos de seu pai (Rei D. João II) ou casou com a filha de um dos aliados de seu pai em Castela na estratégia montada através da figura principal de Cristóvão Colon?
D. Jorge de Lancastre - Mestre da Ordem de Santiago atraiçou a memória de seu pai, ou pelo contrário, honrou-a e dignificou-a ?

Uma das bisnetas de D. Jorge de Lancastre, Dª Madalena de Lancastre (filha de D. Álvaro de Lancastre – Duque de Aveiro), casou com D. Dinis de Faro e Portugal, trineto de D. Afonso – 1º Conde de Faro.
Segundo o Nobiliário das famílias de Portugal, de Felgueiras Gayo, consultável na Biblioteca Nacional Digital on-line, vol. 40108v, pág.74, foi este “D. Deniz de Faro e Portugal, 2º Conde de Faro, e de S. Luiz…”

Intrigante este Condado de S. Luiz, pois na base de dados do Geneall consta um título de Conde de S. Luís que nada tem a ver com D. Dinis de Faro e Portugal.
Mas, sabendo que D. Dinis de Faro e Portugal era filho de D. Estêvão de Faro, e que este fundou a povoação de Farinho (actual Faro do Alentejo) nos seus territórios da Herdade de São Luís de Jacentes (conhecida por Herdade das Assentes) em Cuba, então poderemos admitir que o título mencionado por Felgueiras Gayo estaria relacionado com este São Luís.

Esta associação de ideias é corroborada pelo próprio brasão da freguesia de Faro do Alentejo, concelho de Cuba, que inclui uma aspa de vermelho em campo de ouro, tal como o brasão da família Bragança a que pertence o ramo Faro.

O primeiro a usar o nome Faro foi D. Afonso, filho do 2º Duque de Bragança.
Um círculo que se fecha: os irmãos do 3º Duque de Bragança, encontram-se associados a Cristóvão Colon, primeiro através duma relação territorial em Cuba, onde nasceu Cristóvão Colon, e depois na colaboração prestada em Castela.

Para completar o cenário, atentemos em mais um pequeno pormenor:
Uma das filhas de D. Afonso de Faro (casado com Dª Maria de Noronha)- 1º Conde de Faro, 2º Conde de Odemira, foi Dª Mécia Manoel, que veio a casar com D. Juan de La Cerda- 2º Duque de Medinaceli.
Este D. Juan de La Cerda era filho do 1º Duque de Medinaceli – D. Luís de La Cerda, em casa de quem, Cristóvão Colon viveu durante dois anos quando foi para Castela em 1484.

Terminamos como começámos:
Dormindo com o inimigo ???? ou antes pelo contrário...

Carlos Calado – Outubro 2007

"Colón al descubierto" se adentra en la enigmática figura del descubridor de América

... FUNDACIÓN AUDIOVISUAL DE ANDALUCIA
Foto de la noticia
03/10/2007 - Televisión

La nueva producción documental del segundo canal andaluz descubrirá la vida oculta del almirante más misterioso de la historia.

La serie "Colón al descubierto" que Canal 2 Andalucía estrena este miércoles 3 de octubre, a las 22:00 horas, es un trabajo documental que, a lo largo de cuatro capítulos de una hora de duración (más un quinto capítulo de resumen) tratará de arrojar luz sobre la enigmática figura del descubridor de América.

Han pasado cinco siglos desde la muerte de Cristóbal Colón, un 20 de mayo de 1506 en Valladolid. Después de todo este tiempo pocas fechas y lugares en la vida del almirante pueden darse por absolutamente ciertos. Cada uno de sus movimientos y motivaciones está cargado de misterio, razones ocultas aún por descubrir. Son muchas las cuestiones a las que los investigadores no pueden dar una respuesta objetiva. Se trata pues de un caso abierto.

Los capítulos de "Colón al descubierto" se estructuran sobre la base de los misterios que rodean al almirante. La serie comienza por la incógnita que plantea su firma, un criptograma piramidal repleto de códigos ocultos, para seguir analizando las Capitulaciones de Santa Fe, la incógnita sobre su origen y el lugar exacto en el que descansan sus restos. Tampoco se pasará por alto la posible existencia de un piloto anónimo, Alonso Sánchez de Huelva, que podría haber estado en América antes que Colón y que pudiera haber dado las coordenadas del viaje que poco después emprendería el almirante. El libro de las Profecías, único escrito por Colón, y al que le faltan 14 páginas, será otro de los misterios a resolver...

Asimismo, "Colón al descubierto" cuenta con la colaboración de destacados especialistas en distintas materias que han dedicado parte de sus estudios a la búsqueda de la verdad sobre Colón, entre otros: Hugh Thomas, historiador e hispanista; Juan Gil, catedrático de Filología griega y latina; Salvador Bernabéu, historiador;
Manuel Rosa, historiador; José Manuel Pérez Prendes, catedrático de Derecho; Guadalupe Chocano, historiadora e investigadora; Claudio Lozano, arqueólogo subacuático; Miguel Botella, antropólogo, y así hasta un total de 20 especialistas...

"Colón al descubierto" se ve reforzada en su esencia documental por una trama de ficción en la que un presunto descendiente de Cristóbal Colón encarga una investigación a un periodista. Del mismo modo que en la vida del propio almirante, nada resulta ser lo que parece.

quinta-feira, outubro 18, 2007

segunda-feira, outubro 08, 2007

Open Letter to New York Times Reporter, Amy Harmon

http://video.on.nytimes.com/?fr_story=64e503694b30d9470a3ab73df89241f73caad7b0

Dear Amy Harmon,
After our communication, I was eager to read your article on Columbus and the struggle historians are involved in to identify his true lineage and nationality.
I read the article “Seeking Columbus's Origins, With a Swab” with interest hoping to learn new facts and to locate some bit of our long conversations and of the facts I passed on to you.


As you recall you contacted me requesting my assistance because Prof. José Lorente told you about my involvement with the DNA studies at the University of Granada.
Being the only historian ever to locate a document related to Columbus's wife in Portugal, the only Historian working with the Portuguese DNA and the only to have proven that the Last Will of Columbus was falsified 67 years after his death, I felt there was some newsworthiness to my work that would appear in your article.

But there was not a single mention of my work in your article, or should I say there was a lot of mentioning of my work with the DNA (His Royal Highness the Duke of Bragança and His Lordship the Count of Ribeira Grande but not linked to my name and my investigation nor to my book, being I the reason they are involved in this DNA study in the first place!).


I found it unbelievable that you quote Peter Dickson, who is not involved with any DNA studies, but did not mention me and my work nor of my assistance to you. Even my Polish Prince was mentioned and the Count of Ribeira Grande quoted. I fail to understand why my work which is being praised by the scientific community and is being shown on an upcoming Discovery Channel Documentary, was not mentioned.
I was able to get to where I did by being able to understand Portuguese, Spanish, English, Italian, French and by digging deep into the genealogy this is why the DNA is so important because it will resolve this fairytale history once and for all.
I can only hope that you did not mention me or my investigation because you are working on another article solely to mention my work.

Best Regards,

___________________________
Manuel Rosa - Columbus Historian
Christopher Columbus Colombo

"To sin by silence when they should protest makes cowards of men." ~ Abraham Lincoln
"We are making history one day at a time." ~ Manuel Rosa
"Support diversity because the best among us don't stand out by their similarities but by their differences." ~ Manuel Rosa

"Don't let the fringe be the main threads of our social fabric." ~ Manuel Rosa


On Oct 1, 2007, at 2:17 PM, amy harmon wrote:
Hi, I'm a reporter with the New York Times. I'm working on an article about how DNA testing is being used to try to determine the origins of Christopher Columbus. I am in touch with Dr. Lorente, who referred me to you. As you know, he is doing a test of men in northwest Italy and the Catalan region. I am told that in your book, you make the case for a Portuguese origin, and that two direct male descendants of the house of Aviz have agreed to give their DNA to compare it to that of Columbus and his son. I asked Dr. Lorente if he was doing this test, and he said I should ask you about it. Can you tell me anything about it? Do you know if these men have in fact given their DNA to be tested?
thanks a lot
Amy
----------------------------------------
Amy Harmon
New York Times
(212) 556-1505
amy@nytimes.com

quinta-feira, outubro 04, 2007

"COLÓN AL DESCUBIERTO", em Lisboa


Comunicado á imprensa:

LA SERIE “COLÓN AL DESCUBIERTO” SE ADENTRA EN LA ENIGMÁTICA FIGURA DEL DESCUBRIDOR DE AMÉRICA

La nueva producción documental del segundo canal andaluz descubrirá la vida oculta del almirante más misterioso de la historia

RTVA/Isla de la Cartuja (Sevilla), 2 de octubre de 2007.
La serie “Colón al descubierto” que Canal 2 Andalucía estrena este miércoles 3 de octubre, a las 22:00 horas, es un trabajo documental que, a lo largo de cuatro capítulos de una hora de duración (más un quinto capítulo de resumen) tratará de arrojar luz sobre la enigmática figura del descubridor de América.

Han pasado cinco siglos desde la muerte de Cristóbal Colón, un 20 de mayo de 1506 en Valladolid. Después de todo este tiempo pocas fechas y lugares en la vida del almirante pueden darse por absolutamente ciertos. Cada uno de sus movimientos y motivaciones está cargado de misterio, razones ocultas aún por descubrir. Son muchas las cuestiones a las que los investigadores no pueden dar una respuesta objetiva. Se trata pues de un caso abierto.

Los capítulos de “Colón al descubierto” se estructuran sobre la base de los misterios que rodean al almirante. La serie comienza por la incógnita que plantea su firma, un criptograma piramidal repleto de códigos ocultos, para seguir analizando las Capitulaciones de Santa Fe, la incógnita sobre su origen y el lugar exacto en el que descansan sus restos. Tampoco se pasará por alto la posible existencia de un piloto anónimo, Alonso Sánchez de Huelva, que podría haber estado en América antes que Colón y que pudiera haber dado las coordenadas del viaje que poco después emprendería el almirante. El libro de las Profecías, único escrito por Colón, y al que le faltan 14 páginas, será otro de los misterios a resolver.

La serie tiene como asesora a la principal colombinista del panorama nacional e internacional; se trata de la historiadora e investigadora de la Escuela de Estudios Hispano-Americanos, Consuelo Varela, quien ha dedicado la mayor parte de su carrera profesional al estudio científico y riguroso del personaje y de las circunstancias que rodearon a los viajes.

Asimismo, “Colón al descubierto” cuenta con la colaboración de destacados especialistas en distintas materias que han dedicado parte de sus estudios a la búsqueda de la verdad sobre Colón, entre otros: Hugh Thomas, historiador e hispanista; Juan Gil, catedrático de Filología griega y latina; Salvador Bernabéu, historiador; José Manuel Pérez Prendes, catedrático de Derecho; Guadalupe Chocano, historiadora e investigadora; Claudio Lozano, arqueólogo subacuático; Miguel Botella, antropólogo, y así hasta un total de 20 especialistas.

El documental también cuenta con la presencia de guías locales que ayudarán a realizar el recorrido por los enclaves colombinos: el Archivo General de Indias; la Institución Colombina; la tumba de Colón, en la Catedral de Sevilla; el Monasterio de la Cartuja; el Monasterio de la Rábida y las localidades de Palos de la Frontera y Santa Fe entre otros.

Un nutrido número de caras conocidas dará su visión sobre los hechos: Miguel de la Quadra Salcedo, Juan Pérez Mercader, el duque de Huéscar, la duquesa de Medina Sidonia, J.J. Benítez, Alberto Vázquez Figueroa, Pedro Piqueras, Luis María Ansón, Carmen Hermosín, Amparo Rubiales, Fernando Ocaña, Carmen Posadas, José Antonio Lorente, Emilio Carrillo, Javier Sierra, Gustavo Bueno, Fernando Iwasaki, Andrés Vázquez de Sola, etc. De forma muy especial, la serie contará con la intervención de los descendientes directos de Cristóbal Colón: los miembros de la familia Colón de Carvajal.

“Colón al descubierto” se ve reforzada en su esencia documental por una trama de ficción en la que un presunto descendiente de Cristóbal Colón encarga una investigación a un periodista. Del mismo modo que en la vida del propio almirante, nada resulta ser lo que parece.

02-RTVA/01/10/07
Fecha de emisión: miércoles, 3 de octubre, a las 22:00 horas.


TV Andalucia em CUBA

Serie TV Andalucia
mais Informações
Série de Cinco Dias

Christopher Columbus

quarta-feira, outubro 03, 2007

Armas de Colon --

Segundo o Franciso "fxcct" no Fórum da GeneAll podemos tentar outras possibilidades de ver as armas originais de Cristóvão Colon em vez de um chefe de vermelho os elementos poderiam ser contrachefes ou pontas no escudo .



Armas Originais de Colon na Provisão Real








Outra alternativa apontada pelo professor José Carlos Calazans












Caras Comparadas:





Aqui modificámos o retrato aceite como pintado por Pedro Berruguete antes de 1504 á esquerda e aquele pintado por Aléjo Fernandez entre 1500 e 1536 á direita para ver se são ou não semelhantes.



Aqui estão os originais:


quarta-feira, setembro 26, 2007

Colon, Cuba e S. Cristóvão

Colon, Cuba e S. Cristóvão


O famoso mapa de Juan de La Cosa, elaborado em 1500

A zona do mapa em cor verde (à esquerda) representa o Novo Mundo, o actual continente americano. A meio, no lugar da América Central encontra-se uma miniatura representando S. Cristóvão, atravessando as águas, apoiado no seu bordão e com Cristo menino aos ombros.
Que mensagem queria Juan de La Cosa, proprietário e mestre da nau Santa Maria, cartógrafo de Cristóvão Colon, transmitir aos vindouros?
Atente-se na assinatura críptica de Cristóvão Colon, XpoFERENS, que significa precisamente “aquele que leva Cristo”. E aquele que leva Cristo aos ombros é Cristóvão. E levou-o até ao Novo Mundo.


Juan de la Cosa
(informação constante da Wikipedia )

“Juan de la Cosa foi um navegador, explorador e conquistador espanhol.

De seu nascimento até 1488 pouco se sabe de sua biografia. Foi nesse ano que Bartolomeu Dias regressou a Portugal depois de haver cruzado o Cabo da Boa Esperança. É possível que Juan de la Cosa se encontrasse em Lisboa como espião dos Reis Católicos espanhóis. Por sorte, o marinheiro escapou antes que os oficiais portugueses o capturassem.

Em 1492 participou da primeira expedição de Cristóvão Colombo, sendo o proprietário da nau "Santa Maria", capitânia da expedição. As relações com o Almirante não foram muito boas. Este chegou a acusá-lo de ser o responsável pelo naufrágio da embarcação, durante a noite de Natal de 1492. Entretanto, Juan de la Cosa participou na segunda viagem de Cristóvão Colombo e recebeu da Rainha Isabel uma recompensa em conseqüência da perda de seu navio (28 de fevereiro de 1494).

Em 1499, participou como piloto principal na expedição de Alonso de Ojeda. No curso dessa viagem exploraram as costas entre a desembocadura do Rio Orinoco e o cabo de la Vela. Juan de la Cosa foi ferido com uma flecha indígena. De regresso, realizou seu famoso mapa múndi, no qual reúne e apresenta todas as terras descobertas pelos portugueses e espanhóis, compreendidas as descobertas feitas por Sebastião Caboto. O mapa foi realizado no porto de Santa Maria em 1500 (encontra-se actualmente no Museu Naval de Madrid). O mapa havia sido pedido pelos Reis Católicos.”

Nota: o papel de Juan de La Cosa não é muito claro no que concerne às suas ligações a Castela ou a Portugal. Na versão espanhola da Wikipedia, dá-se como segura a presença de Juan de La Cosa em Portugal em 1488, com base em referências sólidas. O episódio do encalhe do Santa Maria, navio de que era simultaneamente mestre e proprietário, é interpretado pelo historiador Manuel da Silva Rosa, em “O mistério Colombo revelado” como sendo propositado, de forma a forçar todos os nobres castelhanos participantes na viagem da descoberta a ficarem isolados no Novo Mundo, enquanto Cristóvão Colon regressava à Europa para transmitir a sua versão sobre os territórios descobertos.
É sobremaneira intrigante que o proprietário da nau tenha sido um dos primeiros a abandoná-la e a afastar-se. Estranho ainda é que Juan de la Cosa tenha acompanhado Colon na sua visita ao Rei de Portugal, D. João II, aquando do regresso à Europa, a quem foi dar as notícias em primeira mão, e que D. João II tenha oferecido a Juan de La Cosa uma compensação pela perda do Santa Maria.


No livro “A vida e a época de Cristóvão Colombo”, colecção “Os grandes da História” dirigida por Enzo Orlandi, edit. Verbo, o autor utiliza até uma expressão muito original, ao referir que a figurinha desenhada no mapa de Juan de La Cosa representa o Almirante Cristóvão Colombo em vestes de S. Cristóvão.


Cuba - pintura mural a fresco, representando S. Cristóvão

Na Cuba também existe uma pintura representando S. Cristóvão.
Encontra-se na Igreja do antigo Recolhimento e Convento do Carmo.
O que mais ressalta nesta pintura mural representando S. Cristóvão são as pouco habituais dimensões do quadro: 4,50 m de altura por 3,10 m de largura – um gigante!

O que faz este S. Cristóvão na Cuba? Esta Igreja não é dedicada a S. Cristóvão; o padroeiro da Cuba é, desde sempre, S. Vicente, ao qual foi e é dedicada a primeira e principal igreja. Não existe na Cuba nenhum rio para atravessar e o mar está demasiado longe para que possamos dizer que este S. Cristóvão estará ali por esse motivo simbológico.
Também será intrigante o facto deste S. Cristóvão ser representado sem a habitual auréola que encontramos nas imagens dos diversos Santos da Igreja, incluindo as múltiplas variantes de S. Cristóvão.


Isso confere-lhe uma muito maior dimensão humana.
Estaremos perante um Cristóvão que levou Cristo e não verdadeiramente um S. Cristóvão?

Será que esta pintura de S. Cristóvão foi ali efectuada para que façamos esta associação de ideias?
Não será que Juan de La Cosa desenhou um S. Cristóvão no seu mapa para nos mostrar uma associação entre a viagem da descoberta e o navegador que a realizou?
E não é interessante saber que S. Cristóvão é o padroeiro de Havana, em Cuba, descoberta pelo Almirante Don Cristobal Colón ?


Do Roteiro da Rota do Fresco (edição da Associação de Municípios do Alentejo Central), extraímos a seguinte informação:
A imponente edificação do Convento do Carmo, iniciada em finais do século XVII detém, na sua Igreja, uma pintura mural que se preserva no alçado Sul da nave com a representação isolada de um “S. Cristóvão”

Em “O concelho de Cuba – subsídios para o seu inventário artístico “ da historiadora Emília Salvado Borges, encontramos:
Na parede lateral do lado da Epístola destaca-se uma pintura a fresco, de grandes dimensões, representando S. Cristóvão, com a seguinte inscrição
«Este quadro mandou fazer o Padre João Mendes Vieira, capelão do Padroado que instituiu Martinho Janeiro Sebolinho de Barahona, no ano de 1759.»
(Esta data é, claro, a da pintura, e não a da instituição do padroado cuja data (1747) já referimos anteriormente.)

Depois podemos deduzir, como o faz Julieta Marques na publicação “Cristóvão Colom – um filho de D. Fernando, Duque de Beja”:
No pleno silêncio desde 1759, há dois séculos e meio aguarda uma renovada interpretação, um ciclo, de cuja previsível sabedoria, o tempo coloca nos nossos caminhos sem que saibamos dizer como acontece…
Este fresco de São Cristóvão que revelamos em Cuba, no Alentejo, tem certamente que contar! E nem sequer São Cristóvão é o padroeiro da Vila de Cuba. O seu padroeiro é São Vicente! Uma questão que originou algumas deduções, mas que explicitamente não deixam de constituir referências para episódios factuais. De conjuntura lógica e na simbiose da simbólica-secreta, o fresco de São Cristóvão traduz a alma duma mensagem, objectivamente situada num lugar sagrado, que indirectamente regista um dado acontecimento: o de um nascimento de figura nobre que o mensageiro, capelão e o artista pintor transmitiram para a posteridade, ligando-os no mesmo elo, o Santo e a figura que adoptou o nome do Santo, expressivamente usada como identidade e Sigla. Toda a mesma intenção existe no contexto deste fresco – em Cuba, do Alentejo, na década de 1450 nasceu ali alguém, filho de nobre, que foi Cristóvão Colom…

Num princípio intuitivo de inerentes conjecturas entendemos a colossal imagem, como a mensagem revelada no conhecido São Cristóvão, conciliada no outro Cristóvão, secretamente nascido em Cuba, mistério que um capelão do Recolhimento do Carmo, conheceu por manuscritos ou pelo povo, e registou a seu modo transmitido para os vindouros da demanda.


Duma posterior conversa com o historiador Manuel da Silva Rosa, outra questão poderemos colocar:
Existiria alguma ligação de parentesco entre este Martinho J. S. Barahona, instituidor daquele padroado que nos legou a pintura de S. Cristóvão / Cristóvão , e João de Barahona, cunhado de Don Cristobal Colón?
Esse João de Barahona que se deslocou com Bartolomeu Perestrello II, também cunhado de Colon, para comprarem um manto da Ordem de Santiago destinado a Diogo Colon, filho do navegador.

Carlos Calado
Setembro 2007