sábado, fevereiro 23, 2008

Filipa Moniz - a comendadeira

No bem denominado site Pseudo-História Colombina o J.C.S.J. escreve um artigo titulado: Filipa Moniz - a não comendadeira.
De novo o Sr. J.C.S.J. no seu modo regular foje á regra das coisas para forçar uma excepção. Em vez de nos tentar explicar como é que um plebeu de Génova conseguiria atender Missa em Todos-os-Santos, Mosteiro da elite Ordem da Cavaleria de Santiago? E como um plebeu de Génova conseguiria casar com a filha de um nobre Capitão do Rei de Portugal que residia aí dentro? O J.C.S.J. dá-se em vez ao seu já habitual esforço de tentar provar que a Filipa Moniz era uma mera insignificante pessoa do seu dia.
Eu foquei-me no Mosteiro de Santos porque o filho de Cristóvão Colon disse que a esposa dele era "uma senhora, chamada Dona Felipa Moniz, de nobre sangue fidalga, Comendadora no Mosteiro de Todos os Santos, onde o Almirante ía ordinariamente á Missa".
Eu confirmei como um facto aquilo que disse D. Hernando com o estudo do Prof. Joel Mata
(que pode ser puxado aqui em PDF). Uma Filipa Moniz era mesmo uma das donas comendadeiras residente em Todos os Santos nessa época.

Ninguém achou as palavras de D. Hernando estranhas. Ninguém se deu ao trabalho de investigar o que fazia um plebeu genovês intrometido a atender Missa com os Cavaleiros de Santiago na década dos 70 do século XV. Ninguém se deu ao trabalho de explicar o que fazia Filipa Moniz nesse Mosteiro de Santiago nem qual era o seu grau social.
Fizeram exactamente o contrário e ainda o fazem.

Por acreditarem que o Almirante era um plebeu genovês diminuem automáticamente a Filipa Moniz para o seu degrau de tecelão e tornam-a numa serviçal do mosteiro. Não são capazes de meter as suas mentes á volta de mais nada. Não conseguem ver mais que um plebeu e por isso tudo o resto tem que ser forçado a encaixar na vida e no grau de um plebeu tecelão de Génova. É por aí que começa a verdadeira Pseudo-História Colombina. São incriveis as voltas que eles dão ás coisas para arruínar a família Perestrelo, para diminuir a sabedoria do Almirante, para roubar a Glória e escurecer a Fama e genialidade do nosso grande Rei D. João II.
Neste caso o J.C.S.J. acha que a importância nisto tudo é se a Filipa Moniz tinha ou não tinha os titulos de "Dona" e de "Comendadeira" e passa por cima das implicações de ela ser residente no Mosteiro de Santos debaixo da guarda e da gerência de D. João II, Mestre que foi de Santiago.

Está claro que nem tudo se sabe a 100% destas coisas mas noutro caso qualquer os documentos seriam vistos com outros olhos. Somente não o são porque "Colombo era plebeu tecedor de lã Italiano" e tudo tem que ser forçado a sustentar esta fantástica teoria fantasiosa e por isso tudo é modificado e interpretado nesse sentido.
O estudo do Prof. Joel Mata é um grande contributo para entender o Mosteiro de Santos mas não é em si o principio e o fim de tudo sobre o Mosteiro e a Ordem. Há muito ainda para investigar e saber sobre isso. Para já digo que não está provado que as donas comendadeiras de Santos naquele tempo não fossem todas aparentadas com membros de Santiago a falta de prova afirmativa não a torna numa prova negativa.
O facto é que as "donas" do Mosteiro de Santos tinham diferentes estados tanto de vida como de categoria e não se pode dar uma pincelada a todas com a mesma côr. Haviam donas "professas" tal como haviam donas hospedadas e viúvas com seus filhos. Temos que diferenciar desde já que nem todas as donas professavam e mesmo professas poderiam casar com autorização do Mestre. Uma coisa pode-se dizer. Todas elas eram sustentadas pela Ordem de Santiago na maioria com os rendimentos da Comenda de Santos.
A designação de Comendadeira é simples de entender. Viviam da Comenda ou seja eram-lhes encomendado rendimento para viverem. E assim eram todas elas comendadeiras. O problema é que a a "priora" começou a ser designada por Comendadeira que seria de certo referência á Comendadeira-mor.
Para melhor esclarecimento deve-se olhar para as palavras do Mestre da época «...em 1488, D. João II interpela o mestre castelhano, perguntando entre outras coisas "si las comendadoras se pueden casar e casadas si les quedan las encomiendas"»
«...um contrato agrário, de 1483, do tempo de D. Beatriz de Meneses, onde o tabelião refere no protocolo o "mosteiro de Santos que he das Senhoras Comendadeiras da Ordem do Bem Aventurado Santiago"- estudo de Joel Mata. As donas comendadeiras eram todas elas só que a comendadeira-mor é na maioria das vezes chamada comendadeira e as ourtras simplesmente donas.

Outra grande presunção do J. C. S. J. é que o navegador era italiano:

«Especificamente esta obra não é um estudo sobre a esposa de Cristóvão Colombo, nem sobre qualquer matéria colombina entendida como a busca de elementos para a biografia do navegador italiano.» E no fim de contas é este o ponto de vista que o cega e que não o deixa ver as coisas como elas são mas sim como ele quer que elas sejam.

Mas para mim falta ainda muito para o caso ficar totalmente esclarecido. Continua a minha busca de dicas e documentos que me levem de uma vez por todas a desvendar a verdade. Nesse sentido notei agora que no estudo do Prof. Joel Mata aparece uma
«Filipa (D.) 1490.09.16 - 1497.07.29 A.N.T.T., Mosteiro de Santos, cx.10, m.4, nº6, A.N.T.T., Mosteiro de Santos, cx.19, d.d., nº19»

Interessante ver ali uma D. Filipa sem apelido? Será que ao se establecer Colon permanentemente em Castela a D. Filipa Moniz foi de novo hospedada em Santos até morrer em 1497? Não sei. Mas é mais uma possivél dica a pesquisar porque só mantendo os olhos bem abertos a todas as dicas é que vamos chegar lá.

9 comentários:

  1. Srº Manuel Rosa, quem lê o blog Pseudo-História Colombina entende que o que ali se escreve nem é sequer para suporte da teoria genovesa. a qual eles aceitam como não estando bem difinida. Eu entendo que tudo ali é escrito para assombrar qualquer possibilidade de uma teoria portuguesa.
    Mas já muitos vêem que tanto os escritores do blog Pseudo-História Colombina como os historiadores em Portugal percebem patavina de Colombo. Graças a si estamos a realizar isso mais e mais.
    O Parabéns e bom prosseguimento.

    Nuno Gonçalves

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  2. Afinal de contas Filipa Moniz era uma comendadeira!!!!!!!!!! Já alguém alertou os historiadores do P-H Colombina para corrigirem o seu blog?

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  3. Caro Nuno Gonçalves,
    Há sempre mais que uma forma de ver as coisas. Neste caso não se pode ver as coisas sobre Colon só de um ângulo. Tem-se que olhar para tudo e só depois de ver tudo formar uma opinião. A P-H Colombina formou a sua opinião antes de olhar para tudo e não querem mesmo olhar para tudo porque não importa a verdade para eles.
    Se importasse eles seriam os primeiros a ir revistar tudo de novo.

    Ao Anónimo de Segunda-feira, Fevereiro 25, 2008 8:10:00 AM

    Não sei se está a fazer pouco de nós ou não. Mas o P-H Colombina não comete erros. Somente eu é que cometo erros. Eles estão sempre correctos mesmo quando estão errados.

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  4. Sr. Manuel Rosa

    Vi recentemente num blog que para além das já conhecidas amostras de DNA do Duque de Bragança e do Conde de Ribeira Grande,também contribuiram 225 Coloms portugueses,isto é verdade?

    http://reviewofcuban-americanblogs.blogspot.com/2007/10/christopher-columbus-was-cuban.html

    E em que pé estao as analises de DNA?

    Admiro o seu trabalho

    António

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  5. Caro António,

    O que vai escrito nesse blog é mais uma prova das fantasias que se espalham pelo mundo. É incrivel que com tanta informação como nós temos hoje em dia ainda acontecem erros deste tipo.
    Os Coloms que foram analisados são os da Catalunha que esse escritor diz ser de Portugal.
    Até nesse blog dá o Duque de Bragança como descendente de Carlos de Viana????? não sei se por alguma via femenina mas é a primeira vez que leiao tal coisa.

    Manuel Rosa

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  6. "uma clara prova de falsificação"

    Com que então Maria Benedita, o Coelho não é o Sr.J.C.J.S ??

    Mais outra fantasia não?
    Mente-se sobre as capitulações de Santa fé com o maior dos descaramentos, porque não se ha de mentir sobre a identidade dos pseudo-historiadores?

    Mas nesta mensagem vejo um artigo do J.C.J.S assinado por "Coelho".

    Nesta mensagem o "Coelho" diz claramente ter contribuido sob a alcunha J.C.J.S a três artigos do "excelente blog".

    http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=186758#lista

    A mim não me enganou.
    Mais um tiro no porta aviões

    Carlos Alberto.

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  7. VISTO NO P-H COLOMBINA
    "Caro J.C.S.J
    Estive a ler o trabalho de Joel Mata sobre a Ordem de Santiago
    Espanta-me onde a imaginação pode levar alguns!
    O estudo é expresso em que havia uma comendadeira e "donas", isto é, senhoras, de um modo geral pertencentes á nobreza. Como se pode partir disto para todas serem Comendadeiras e Donas ,com direito a esse tratamento, é espantoso!
    Um abraço amigo

    Maria Benedita
    Segunda-feira, Março 03, 2008 6:47:00 PM"

    Ai Maria!!!!!!!!!!!
    Deves ter lido muito rápido e por isso não viste que o rei de Portugal chamava a elas "comendadoras" e com "comendas" deves estar tão como os teus amigos na Colombina

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  8. Porque não perguntar mais esclarecimentos directamente a Joel de Mata?

    Ele diz que nem todas as donas eram comandadeiras, mas é contrariado pelas proprias palavras de D.João II.

    Em que ficamos?

    TBF

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  9. Caro TBF,

    Pouco se sabe da Ordem de Santiago porque em Portugal ninguém se importou em investigar ao fundo esta ordem do ínico ao fim.

    D. João II quando escreveu aquela nota era Mestre de Santiago. Eu ponho o minha fé nas palavras do Mestre. Mas não o faço só por ele ser Mestre. Levo outras duas coisas em consideração.

    As senhoras que viviam em Todos os Santos tinham o seu cuidado encomendado á Ordem e recebiam viveres de comendas que eram indigitadas para as sustentar. Eram assim Comendadeiras.
    Depois D. Hernando diz a mesma coisa que D. Filipa era uma Comendadeira em Santos e só poderia saber disto da boca de seu pai.
    Estes três pontos coadonam certo.

    Falta um bom estudo para saber se as 12 "donas comendadeiras" que viviam ali eram á parte das senhoras freiras professas ou se entre elas haviam professas comendadeiras e hospedes comendadeiras.

    De qualquer forma não parece que devemos de ignorar as palavras de D. João II mas no fim de tudo o importante até não é se era chamada comendadeira ou se era chamada Dona ou se era rica ou pobre.

    O importante que os historiadores passam por cima é que Filipa NÃO tinha que pagar para comer e dormir e por isso não tinha que sair do Mosteiro por falta de comer por ser pobre como nos disseram.
    E ainda mais importante é que ela não poderia casar sem autorização de D. João II e essa foi a verdadeira razão que ela saiu do Mosteiro porque pelas regras depois de casar tinha que sair.

    O facto é que o gato com o rabo de fora que eles sempre tentam esconder nunca pode ser escondido. Não o foi por 500 anos e nem o será em outros 500 anos.

    Cpts,
    Manuel Rosa

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