(APMarques)
Pág. 74 - Ele deixou uma guarnição de homens na Hispaniola, num forte construído com os destroços da Santa Maria, e regressou a Castela nos primeiros meses de 1493 com as notícias da descoberta tal como ele a interpretava. Porém, antes de alcançar Castela, ele efectuou uma intrigante paragem em Portugal onde se encontrou com D. João II e lhe deu em primeira mão as notícias do resultado da sua viagem ao serviço de Castela. Isto pode ser, de facto, não tão estranho como parece à primeira vista. Hoje em dia tendemos a esquecer como, naquela altura, os navegadores dependiam das condições físicas; não se ia para onde se queria, mas para onde se podia. E crê-se que aquele foi um dos piores Invernos alguma vez sentidos no Atlântico Norte. Por outras palavras, o estado desesperado em que as tempestades deixaram a Niña no seu regresso deve ter forçado Colombo a aportar na ilha açoriana de Santa Maria (onde, confundido com um corsário vindo da Guiné, quase foi feito prisioneiro pelo capitão local), e subsequentemente na própria Lisboa, em Março de 1493.
Informado da sua chegada, o Rei requisitou Colombo; ele não o aprisionou nem atendeu as propostas para que o matassem, mas tornou-lhe imediatamente claro que considerava as novas terras, quaisquer que fossem, pertencentes à sua zona de influência conforme o Tratado de 1479-80.
+ Para o Autor não há mistérios na paragem de CC em Lisboa, pois a isso ‘foi obrigado’ pelas condições atmosféricas. Porém, tendo em conta o que CC escreveu no Diário, verificamos que algo não bate certo:
Martes, 26 de febrero
Ayer, después del sol puesto, navegó a su camino al Este, la mar llana, a Dios gracias: lo más de la noche andaría ocho millas por hora; anduvo cien millas, que son veinticinco leguas. Después del sol salido, con poco viento, tuvo aguaceros; anduvo obra de ocho leguas al Esnordeste.
Miércoles, 27 de febrero
Esta noche y día anduvo fuera de camino por los vientos contrarios y grandes olas y mar, y hallábase ciento veinticinco leguas del Cabo de San Vicente, y ochenta de la isla de la Madera y ciento seis de la Santa María. Estaba muy penado con tanta tormenta, ahora que estaba a la puerta de casa.
Jueves, 28 de febrero
Anduvo de la misma manera esta noche con diversos vientos al Sur y al Sudeste, y a una parte y a otra, y al Nordeste y al Esnordeste, y de esta manera todo este día.
Viernes, 1 de marzo
Anduvo esta noche al Este cuarta del Nordeste, doce leguas; de día corrió al Este cuarta del Nordeste, veintitrés leguas y media.
Sábado, 2 de marzo
Anduvo esta noche a su camino al Este cuarta del Nordeste, veintiocho leguas; y el día corrió veinte leguas.
Domingo, 3 de marzo
Después del sol puesto navegó a su camino al Este. Vínole una turbonada que le rompió todas las velas, y viose en gran peligro, mas Dios los quiso librar. Echó suertes para enviar un peregrino dice a Santa María de la Cinta en Huelva, que fuese en camisa, y cayó la suerte al Almirante. Hicieron todos también voto de ayunar el primer sábado que llegasen a pan y agua. Andaría sesenta millas antes que se le rompiesen las velas; después anduvieron a árbol seco, por la gran tempestad del viento y la mar que de dos partes los comía. Vieron señales de estar cerca de tierra. Hallábanse todo cerca de Lisboa.
Lunes, 4 de marzo
Anoche padecieron terrible tormenta, que se pensaron perder de las mares de dos partes que venían y los vientos, que parecía que levantaban la carabela en los aires, y agua del cielo y relámpagos de muchas partes; plugo a Nuestro Señor de lo sostener, y anduvo así hasta la primera guardia, que Nuestro Señor le mostró tierra, viéndola los marineros. Y entonces, por no llegar a ella hasta conocerla, por ver si hallaba algún puerto o lugar donde se salvar, dio el papahígo por no tener otro remedio y andar algo, aunque con gran peligro, haciéndose a la mar; y así los guardó Dios hasta el día, que dice que fue con infinito trabajo y espanto. Venido el día, conoció la tierra, que era la Roca de Sintra, que es junto con el río de Lisboa, adonde determinó entrar, porque no podía hacer otra cosa: tan terrible era la tormenta que hacía en la villa de Cascaes, que es a la entrada del río. Los del pueblo dice que estuvieron toda aquella mañana haciendo plegarias por ellos, y, después que estuvo dentro, venía la gente a verlos por maravilla de cómo habían escapado; y así, a hora de tercia, vino a pasar a Rastelo dentro del río de Lisboa, donde supo de la gente de la mar que jamás hizo invierno de tantas tormentas y que se habían perdido veinticinco naos en Flandes y otras estaban allí que había cuatro meses que no habían podido salir. Luego escribió el Almirante al Rey de Portugal, que estaba a nueve leguas de allí, cómo los Reyes de Castilla le habían mandado que no dejase de entrar en los puertos de Su Alteza a pedir lo que hubiese menester por sus dineros, y que el Rey le mandase dar lugar para ir con la carabela a la ciudad de
Lisboa, porque algunos ruines, pensando que traía mucho oro, estando en puerto despoblado, se pusiesen a cometer alguna ruindad, y también porque supiese que no venía de Guinea, sino de las Indias.
Resumindo, no dia 26 de Fevereiro, o mar estava chão e a Niña navegou na direcção Este e depois Es-Nordeste; no dia 27 registou-se tormenta e a posição da Niña foi indicada pelo Almirante. Estava a 125 léguas do Cabo de S. Vicente, a oitenta léguas da ilha da Madeira e a 106 léguas da ilha de Sta. Maria.
Marcando num mapa os arcos de circunferência correspondentes a estas distâncias, para determinar o seu ponto de intersecção, que nos daria a posição exacta da caravela, concluímos que, com uma margem de erro mínima (na ordem dos 5%), a Niña estaria nas coordenadas (37ºN; 17ºW), ou mesmo ainda mais para Nordeste, dado que não há, no diário, indicação precisa sobre o número de léguas percorridas nos dias 27 e 28, nos quais, muito provavelmente, teria tentado manter a mesma rota Es-Nordeste já encetada no dia 26.
O Cabo de S. Vicente situa-se nas coordenadas (37ºN; 9ºW). Para se dirigir ao porto de Palos, em Huelva, de onde tinha largado em Agosto de 1492, a caravela teria de aproar um pouco para sul do cabo de S. Vicente, para daí seguir ao longo da costa algarvia até Huelva. Ou seja, como o Cabo de S. Vicente se situa praticamente na mesma latitude da posição da Niña no dia 27 de Fevereiro, a rota a seguir deveria ser directa para Eeste, inflectindo um pouco para Sul.
Mas não foi isso que o Almirante fez. Depois de no dia 28 ter andado um pouco aos ziguezagues, nos dias 1 e 2 de Março, ele navegou 83,5 léguas, não na direcção Leste que o levaria para Castela, mas sim na direcção ‘Leste Quarta de Nordeste’, (ângulo de 11º 15’ com a direcção Este) que o levava para um ponto bastante a Norte do Cabo de S. Vicente. A aplicação de um cálculo trigonométrico simples permite determinar esse ponto no Atlântico, garantidamente já bem acima dos 38ºN.
Assim, no dia 3 de Março, quando as suas velas foram rompidas pela rajada de vento (admitindo que essa tempestade aconteceu mesmo) depois de ter retomado a direcção Leste, a caravela Niña encontrava-se a efectivamente já a caminho de Lisboa.
A tempestade (se, efectivamente existiu) não o desviou para Lisboa, apenas lhe dificultou a chegada!
Era para Lisboa que Cristóvão Colon queria, realmente, vir!
Carlos Calado
Até que enfim !!
ResponderEliminarMuito obrigado Sr.Calado
Pinheiro Marques aplicou o método tão apregoado pelos historiadores?
ResponderEliminarOu copiou sem se preocupar em confirmar?
E os que se lhe seguiram, o que fizeram?
Adamastor
Como já mostrou Manuel Rosa no seu primeiro livro, e mostra agora muito mais claramente no seu Colombo Português Novas Revelações, tudo o que se tinha «tão apregoado pelos historiadores» estava errado e esta da paragem em Lisboa fica bem patente que foi de propósito tal como a mentira aos Reis Católicos dizendo que estava nas Canárias quando de facto estava nos Açores.
ResponderEliminarParabéns aos autores deste blogue e que continuem a trazer-nos dados relevantes como este sobre Alfredo Pinheiro Marques.
«hallábase ciento veinticinco leguas del Cabo de San Vicente, y ochenta de la isla de la Madera y ciento seis de la Santa María...»
ResponderEliminarAlguém perguntou a APM se seria esta determinação capaz de ser feita sem "Colombo empregar nenhuma forma de navegação astronómica"? Fazia o quê? Fechava os olhos e imaginava onde estaria? ;)
Pedro da Costa
Nordeste dia após dia e semana. 09-03-2008, 18:39
ResponderEliminarAutor: mtt [responder para o fórum]
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Caro Manuel Rosa
Eu nada entendo de navegação, mas compreendo menos mal a geometria das cartas e sei que se alguém estiver na América a 21º norte ou a 42º, pouco importa, e quiser vir, pelo mais curto caminho, para um porto europeu que esteja à mesma latitude (simplifico uma vez mais, sem alterar a essência do problema), tem que seguir uma rota Nordeste.
Se o piloto, à partida, calculou correctamente, não necessita alterar a rota, a não ser por outras razões que não as direccionais, e segue sempre a direito.
A meio do caminho estará a viajar para puro Leste, e de então em diante começa a seguir Sudeste, mas vai sempre a direito, pelo mais curto arco e sem nunca deixar de ter a proa apontada ao destino.
Se não existissem continentes acabaria por atravessar o paralelo de onde partira, e depois o Equador, continuando a percorrer a carta em direcção sudeste até aos antípodas do ponto de partida, onde passaria de novo a pleno Leste e começaria a remontar a carta, proa a Nordeste, até chegar ao lugar de onde saíra.
Mas... do ponto de vista do navegador, ou seja, do ponto de vista da realidade, estaria a navegar sempre a direito, seguindo um círculo máximo terrestre.
Na carta, que não na esfera, é que o desenho da rota corresponderia a uma espécie de sinusóide.
Receio estar a escrever banalidades, pois isto é apenas geometria.
Se o seu raciocínio leva em conta esta realidade, nada tenho a objectar, porque não sei se uma rota, que em início de viagem se designa por Nordeste e nunca se altera, no sentido de o navio ir sempre a direito, vai ou não tomando outras designações.
Na próxima vez que me convidarem para um cruzeiro no Britannia, hei-de pedir esclarecimento sobre este importante ponto.
Cumprimentos e bom vento à popa.
Manuel Cravo.
Caro Manuel Cravo,
ResponderEliminarPrazer em ver-lo por cá.
Não sei bem aonde quer chegar com este seu comentário mas uma nau que esteja no Porto jamais conseguirá entrar no Tejo sem fazer uma rota para Sul. Simplificamos o assunto.
1- Qualquer pessoa que se mete ao mar a comandar navios deve de saber como se localizar no meio do nada.
2- O resultado da ida e volta falam por si. De onde saiu, por onde navegou, onde aportou, de onde regressou e aonde foi finalmente parar no regresso.
Acho que olhando para a viagem de CC podemos dizer que saiu de Palos e foi parar a Palos (Huelva).
Segiu para as Caraíbes e regressou das Caraíbes
Fez uma rota para Ocidente desde as Ilhas das Canárias e fez uma rota para Oriente desde as Ilhas das Caraíbes.
Esperaria-se que uma pessoa navegando por mares nunca dantes navegados, e sem ter algum conhecimento do regime dos ventos de outro rumo, tentasse regressar pela mesma rota que levou, - ou seja pelo paralelo das Canárias mantendo um cauteloso olhar nas medidas e rumos que levou na ida para não se perder.
Ainda nas Caraíbes, quando se encontrava mais ou menos no paralelo das Canárias não o seguiu, seguiu sim para os Açores.
Quando se encontrou no paralelo do Cabo de S. Viecente -ainda antes de chegar aos Açores- de novo não virou para esse lado mantendo a proa rumo aos Açores.
Quando larga os Açores não tenta nenhuma rota caminho ao Estreito de Gibraltar mas segue Leste e Nordeste a vai parar em Lisboa.
Isto é uma sintese da rota da 1ª viagem. Para quem queira saber melhor leia o Diario de Bordo de CC que encontra-se agora em Linha aqui. http://www.ems.kcl.ac.uk/content/etext/e019.html
Agora o que temos para além da rota são as mentiras de CC aos Castelhanos tal como dizer que estava nas Canárias quando estava nos Açores, tal como dizer que o tentaram prender nos Açores, e tal como dizer que fugiu para o Tejo para se salvar de uma tempestade após estar já muito dentro do "Mar de Castela."
Para mim estas mentiras são clarinhas. E quando se juntam ás outras todas que ele pregou aos reis Católicos incluindo a carta de 1505 em que Américo Vespucci vai mentir ao Rei Católico sobre as Índias de Colon ficamos com um cenário que merece resposta.
Anteriormente ao MCR, dizia-se não que mentia mas que andava perdido, ou que era por acreditar com todo o seu ser que tinha chegado à verdadeira Índia. Hoje entende-se que isso não era a verdade e que foi uma má interpretação dos historiadores.
O facto de ter seguido direito para frente da Roca de Sintra e ter entrado no Tejo foi de propósito. Pois quando vem a "tempestade à ordem" que ele menciona no Diário ele estava já à boca do Tejo e aí a tempestade "rompeu-lhe as velas"... de novo não importa se tinha velas ou não já estava onde nunca deveria estar se quizesse passar ao Sul do Cabo de S. Vicente.
O que nós estamos a discutir aqui não é a rota por si, são as mentiras empregadas por CC que merecem respostas. Pois tudo o que ele fez era contrário ao que dizia e em vez de se focar naquilo que ele fez, focou-se naquilo que ele dizia e passaram-o como um estupido, louco e perdido em vez de um mentiroso, genial e urdido.
No final é isto que eu mais aproveito da minha investigação porque a nacionaliade é um ponto menor. É o facto de saber bem o que fazia e mentir aos Castelhanos que nos deixou uma história deficil de resolver porque muito daquilo que foi escrito foi escrito sem se ter em conta as acções de CC mas sim somente as palavras dele.
-Manuel Rosa
RE: Geometria dos citrinos (part III). 11-03-2008, 04:29
ResponderEliminarAutor: mtt [responder para o fórum]
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Caro Manuel Rosa
Continuo a pensar que equaciona mal o problema geométrico, mas como parece considerá-lo despiciendo para a questão que o ocupa, estamos vistos.
A minha intenção não foi outra senão chamar-lhe a atenção para o que me pareceu – e continua a parecer, devo confessá-lo – ser uma defeituosa abordagem de uma das vertentes dessa questão, vertente que, não sendo decerto a mais importante, não deixa de prejudicar a qualidade do seu raciocínio.
Atrevo-me a deixar-lhe um conselho: se acredita que a mais curta rota entre dois pontos à mesma latitude, que não estejam sobre o Equador, é o paralelo que os une na carta, deve estudar o assunto, pois isso pode levá-lo a incorrer em erros de alguma gravidade.
Até à próxima!
Manuel Cravo.
Caro Manuel Cravo,
ResponderEliminarNão chego a perceber se estes seus comentários dirigidos ao Manuel Rosa se destinariam a mim, autor deste artigo "A última Colombinada", ou se é apenas uma repescagem sua a opiniões anteriormente expressas pelo Manuel Rosa.
De qualquer forma parece-me que insiste num aspecto importante: o de que sobre a superfície da Terra, o caminho mais curto entre dois pontos não é, necessariamente, a linha "recta" que os une ("recta" que é de facto uma curva devido à superfície curva da Terra)
Não vejo é como pretende aplicar esse conhecimento moderno aos métodos de navegação de há quinhentos anos, principalmente se tiver em conta que, para os genovistas, 'Colombo' nem sequer efectuou navegação astronómica, por falta de conhecimentos.
Mesmo assim, fique descansado que o Google Earth até essa maravilha nos permite: o caminho mais curto entre o ponto onde Colon se encontrava no dia 27 de Fevereiro e o porto de Palos, é o que está assinalado a tracejado branco no mapa, e nunca o que está a azul, e que ele seguiu porque queria vir para Lisboa.
Cumprimentos
Carlos Calado
RE: Geometria dos citrinos (part III). 11-03-2008, 04:07
ResponderEliminarAutor: mtt [responder para o fórum]
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Caro Fernando Aguiar
A minha intervenção nada teve a ver com o problema de fundo mas apenas com a questão geométrica.
Não se trata de um jogo de salão, pelo menos não lhe vislumbro a componente lúdica; trata-se de uma questão geométrica.
Fiquei na ideia de que o Manuel Rosa não equacionava correctamente o problema, quando li que por uma rota Nordeste, que interpretei como uma rota lançada basicamente a Leste mas com componente Norte se não podia vir de 42ºN para 38ºN.
Como se depreende do que escreve, sabe que tal é possível e nada tem de extraordinário, desde que o porto a 38ºN esteja à distância apropriada, em longitude. Poderia até estar o destino a 38ºS que, assim os continentes dessem passagem, lá chegaria.
Lendo o que o Manuel Rosa respondeu, parece-me confirmar-se que compreende mal o problema.
Engana-se quando supõe que eu pretendi criar uma diversão, seja no sentido próprio, seja no sentido militar do termo. Limitei-me a ler uma mensagem, pareceu-me que o Manuel Rosa compreendia mal a questão geométrica, e receei até estar a escrever o que ele consideraria uma banalidade. Aparentemente não foi o que aconteceu.
Deixo para o fim algo com que não concordo, no que escreve.
A rota de um torpedo, não redireccionável durante o percurso, lançado de Nova York com a direcção Leste-Norte devidamente calculada, não necessitaria de qualquer correcção para atingir o Porto, que fica no mesmo paralelo. O torpedo, indo cegamente sempre a direito, chegaria ao destino. O que se iria corrigindo, “no limite continuamente”, como diz, seria a designação da rota, mas não a rota ela própria.
Digamos que se existisse um raio laser sensível à gravidade e curvando no sentido do centro da terra segundo uma lei que o mantivesse sempre à mesma altura do mar, desde que apontado em Nova York na correcta proporção de Leste e Norte, viria atingir o Porto.
Quanto à questão de fundo não tenho dúvidas de que o Colombo sabia orientar-se, mas nada li quanto à discussão sobre a latitude, a não ser o que o Manuel Rosa me enviou e que me não permite formar uma opinião.
Acabo agora mesmo de receber uma mensagem do Manuel Rosa que diz que “Um barco que sai de 42ºN para chegar a um ponto 42ºN noutro lado não pode seguir em linha recta a não ser que a terra fosse plana tem que navegar uma rota em arco.”
Penso que se refere ao arco no sentido da curvatura da Terra, e não ao arco sobre a carta, e que continua a acreditar que a rota mais curta, e por isso mais correcta, seria a que seguisse o paralelo.
Ora, a rota mais curta é em arco... sobre na carta. Sobre o mar é o mais parecida com uma recta que é possível.
Afectuosos cumprimentos,
Manuel Cravo.
Caro Manuel Cravo,
ResponderEliminarEu não desconto o seu comentário e admito que não vejo isto como um simples caso de geometria ou mesmo da mais eficaz rota (embora ambas a ida e a volta foram feitas pelas vias mais velozes que continuaram a ser usadas por séculos após essa primera viagem).
Mas o que eu gostaria que me explicassem é a razão de CC estar em frente ao Tejo na noite de 3 de Março. Não importa se a rota era mais curta ou mais longa o facto é que seguiu para Lisboa em vez de seguir para Palos.
O facto é que com ou sem tempestade estava fora da foz do Tejo. Porquê?
-Manuel Rosa
PS:
-A distancia em linha recta da Punta Cana, Republica Domenicana a Lajes, Açores é aproximadamente 4562 quilómetros.
-A distancia em linha recta das Lajes, Açores é aproximadamente até Faro / Aeroporto é aproximadamente 1689 quilómetros.
-- Total em linha recta da Republica Dominicana até Faro pelos Açores é aproximadamente 6251 quilómetros
-A distancia em linha recta da Punta Cana, Republica Domenicana a Faro / Aeroporto é aproximadamente 6184 quilómetros.
-A distancia em linha recta da Punta Cana, Republica Domenicana a Hierro / Aeropuerto é aproximadamente 5231 quilómetros.
-A distancia em linha recta de Hierro / Aeropuerto até Faro / Aeroporto é aproximadamente 1383 quilómetros.
--Total em linha recta desde Punta Cana até Faro pelas Canárias é aproximadamente 6614 quilómetros.
Isto está tornar-se patético!
ResponderEliminarLinhas rectas para navegar num oceano dum planeta esférico.
E ir de Palos às Caraíbas em linha recta; apontar e disparar como um míssil dos jogos da PlayStation sem ter que rectificar a latitudes e longitudes!
Enfim deve ser por estes raciocínios que os portugueses estão no ranking que estão!
E entre Palos e Lisboa não haveriam outros portos baías para CC se abrigar de uma tempestade?
Ou todas as tempestades Atlânticas têm que vir "parar" a Lisboa!?
Ou não é que os ventos das Américas empurram para o Algarve?!
Chissa!
Cumprimentos,
José Manuel CH-GE
Caro José Manuel CH-GE,
ResponderEliminarEu estava simplesmente a dar as distancias de um ponto ao outro para se ter uma geral ideia da distancia entre os pontos. Claro que ninguém navegava por linha recta naquela época mesmo se quisesse porque tinham que navegar com ou contra os ventos que encontravam.
O facto é que Cristóvão Colon navegou para o Tejo e mentiu aos Reis Católicos. Porquê? Esta é a questão em discussão.
Manuel Rosa
Duarte Pacheco Pereira disse que o grau era de 18 Léguas cada.
ResponderEliminara Légua de 18 ao grau, é equivalente a 6.172,4 metros
Colon disse que de Santa Maria ao Cabo de S. Vicente eram 231 Léguas.
A medida no paralelo 37º desde Santa Maria ao Cabo de S. Vicente no Google Earth dá 1425 km
1425 dividos por 231 Léguas dá 6.168,8 metros.
Colon disse também que cerca do paralelo 37º distava 80 Léguas da Madeira.
A medida desde o paralelo 37º até à Madeira no Google Earth dá 487 km
De novo dividindo os 487 km pelas 80 Léguas dá-nos 6.087,5 metros.
Quer uma medida mais próxima que esta para verificar que Colon sabia muito bem medir as dsitancias navegadas?
Ou crê que nos 70 anos desde que os Açores foram descobertos até ao ano de 1493 ainda não se saberia medir a distancia desde o continete à Santa Maria tendo até là se navegado centenas de vezes por ano?
A crença errada dos historiadores que Colon nao saberia nada de nada fica assim finalmente esclarecida.
Cristóvão Colon usava uma Légua que era de uns 6.172,4 metros e media 18 Léguas por grau. Jamais acreditava que o globo era menor do que aquilo que é. http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=230751&fview=e
http://www.cristovaocolon.com/portugues/events.htm
ResponderEliminar... (Andamos às voltas em busca desta pintura de Colon por Antonio Moro
que comtém um segredo importante registada na Biblioteca do Congresso em 1892.
Alguém que saiba onde se encontra o original
envie-nos um email.)
Encontro neste retrato 3 dados que acho estranhos;
1) A escritura no canto superior esquerdo: Gh : Columbo
2) Um turbante árabe
3) Um sabre árabe
Cumprimentos,
José Manuel CH-GE