Descobrir qual a localidade exacta, na República de Génova, onde nasceu o tecelão Cristoforo Colombo não é um assunto que nos interesse ou preocupe especialmente.
No entanto, por especial deferência para com o blog Pseudo-História Colombina, que transcreveu e comentou o nosso post “A estátua da polémica”, atacando e injuriando, mas também pedindo ajuda, como trancrevemos abaixo
(…)uma pena que as aludidas individualidades, antes de se prestarem a cobrir publicamente teses de pseudo-história, há muito desmontadas, não tenham antes preferido subsidiar com o muito dinheiro gasto uma investigação séria. Que permitisse estabelecer com certeza em que ponto dos Estados da República de Génova nasceu esta figura(…),
às entidades que promoveram a implantação do monumento a Cristóvão Colon – Descobridor das Américas, na vila de Cuba – Alentejo, vamos tentar dar o nosso contributo.
PHC: (...)Todos os monumentos erguidos no mundo a Cristóvão Colombo foram-no, sem qualquer dúvida, ao italiano documentado natural dos Estados de Génova (não necessariamente tecelão, e decerto não nascido Colon...) mercenário passado de Portugal ao serviço da coroa de Castela,(...)
Afirma a PHC que Colombo está documentado como natural dos Estados de Génova. Ou seja, acredita que existem documentos verdadeiros que confirmam essa afirmação.
Por outro lado escreve “...Que permitisse estabelecer com certeza em que ponto dos Estados da República de Génova nasceu esta figura...”
Ou seja, esses documentos serão imprecisos, dúbios ou omissos relativamente ao local de nascimento.
Como a crónica de Ruy de Pina nos mostra “Colon bo y taliano que vinha do descobrimento...” temos de classificar este documento, por acaso o principal argumento dos defensores de que o Descobridor foi o Colombo genovês, como impreciso ou dúbio. A crónica de Ruy de Pina não serve então como prova de que o Descobridor fosse genovês.
Também o testemunho de Pietro Martir d’Anghiera, que o considerava da terra de Milão, deixa de ser aceite.
Ficamos assim reduzidos às afirmações propagandísticas e às diversas actas notariais apresentadas pelos genoveses. Por aquelas apenas se pode inferir que era genovês, e por estas se depreende que os pais do tecelão Colombo viviam na região de Génova, mudando frequentemente de casa na cidade e também para Savona. Não se conhece um único documento que refira a localidade de nascimento. Por método dedutivo também não se consegue chegar ao objectivo. Se alguns documentos apontam o ano de 1451 como provável de nascimento, não há qualquer acta conhecida, referente aos pais de Colombo que nos diga onde viviam nessa época. Dezenas de documentos, segundo consta, mas só após 1470. O resto dos vários arquivos deve ter sido devorado. A fazer fé nas estátuas e placas de homenagem afixadas, Colombo nasceu em Génova, ou em Savona, ou Cuccaro, ou Bettola, ou Pradello, ou Terrarossa de Moconesi, ou Santa Maria Ligure, ou Cogoleto, ou muitas outras, mas também não se pode excluir que tenha nascido em Calvi, na Córsega, pois lá está a placa na casa onde “nasceu”.
Só podemos tirar duas conclusões: a mentira é generalizada, ou havia tantos Cristoforos Colombos quantas as localidades que se reclamam ser a sua origem.
Perante o impasse, apenas podemos sugerir que se estabeleça anualmente uma “Localidade natal de Cristoforo Colombo”, e vai rodando entre as candidatas.
Esperamos, com este modesto contributo, mitigar uma das maiores angústias dos genovistas: acreditam em tudo o que lhes foi apresentado sobre o personagem, só não sabem, porque é impossível acreditar, onde terá nascido o tecelão.
Carlos Calado – Amigos da Cuba
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