O NOME DE CUBA
Segundo a institucionalizada versão do Colombo italiano, o navegador estaria convencido de que estava a chegar ao Oriente, às Índias que nos seus limites orientais tinham as conhecidas regiões de Sipango (Japão) e Cathaio (China) com as províncias de Mangi, Ciamba, Moabar, ...
À luz dessa versão, como explicam então os seus apoiantes que, à primeira ilha descoberta, CC tenha dado o nome de S. Salvador ? e tenha sempre atribuído nomes às terras que descobriu?
Faz algum sentido que, ao chegar a terras já representadas no mapa (o mapa do germânico Henricus Martellus, foi divulgado em 1489, três anos antes da viagem de “Colombo”) conhecidas, visitadas e descritas havia duzentos anos por Marco Polo, grandes civilizações, com nomes atribuídos, se fosse dar qualquer outro nome?
Não faz! O que faz sentido é que o Descobridor, porque não era o Cristoforo Colombo da historieta, sabia que tinha chegado às Antilhas já referenciadas pelos portugueses (e onde ele próprio deveria ter navegado anteriormente) e lhes atribuiu nomes, como os portugueses sempre faziam quando descobriam novas terras.
Muitas vezes, os nomes atribuídos correspondiam ao calendário hagiológico, isto é, era atribuído o nome do Santo comemorado nesse dia. Outros factores especiais, normalmente relacionados com a orografia, poderiam levar à atribuição dos topónimos.
S. Salvador foi o nome atribuído pelo descobridor à primeira terra que pisou após atravessar o Atlântico. 1492, 12 de Outubro. Não era dia de S. Salvador.
Nessa mesma ilha de S. Salvador, o descobridor atribuiu a um local o nome de S. Vicente. Também não era dia de S. Vicente.
Poucos dias depois, outra terra, outra ilha – Santa Maria da Conceição, em nada correspondente ao calendário, assim como as restantes nessa primeira viagem.
Terceira ilha – Fernandina
Quarta ilha – Isabela
28 Outubro - Quinta ilha – Juana (depois Cuba)
Têm surgido diversas tentativas de explicação para os nomes atribuídos pelo Descobridor.
S. Salvador porque a chegada a terra fora a salvação da expedição, desesperada após uma longa viagem de 5 semanas. Cristo Salvador tinha ajudado a encontrar aquela terra.
Santa Maria da Conceição pela especial devoção de Colombo a Nª Srª da Conceição.
Fernandina em homenagem ao Rei de Aragão, D. Fernando.
Isabela em homenagem à rainha de Castela, Dª Isabel.
Juana (depois Cuba) em homenagem ao Príncipe herdeiro de Castela/Aragão, D. Juan e depois Cuba porque os nativos chamavam Colba à sua terra.
Aparentemente não tem havido tentativa de explicar o nome de S. Vicente por corresponder apenas a um acidente geográfico (neste caso) e não a uma das ilhas.
No nome atribuído à quinta ilha é que se concentram as atenções historiadores e pesquisadores, porque o nome Cuba corresponde ao da vila alentejana donde seria natural o Descobridor, segundo aquilo a que chamamos tese portuguesa.
Concentram-se, portanto, os italianistas em tentar desarmar um dos indícios apontados pela tese portuguesa.
O facto dos nativos lhe chamarem Colba não permite justificar que se tenha adoptado o nome Cuba em detrimento do nome Colba, pois este seria facílimo de pronunciar pelos castelhanos, devido à vogal aberta. Porque razão se iria atribuir um nome (Cuba) se este fosse totalmente desconhecido e estranho, só pela sua semelhança com o nome indígena?
Estranho é também o facto de ter sido alterado o nome atribuído à ilha. Se Colombo lhe chamou inicialmente Juana, e isso, segundo os italianistas, seria em homenagem ao Príncipe herdeiro de Castela - D. Juan, qual a razão plausível para trocar o nome, para se conformar com o nome indígena?
A primeira ilha era designada por Guananahi no dialecto índio. E ficou S. Salvador, não foi mudado para Guana ou Guanai (por exemplo). À ilha de Samoete foi atribuído o nome de Isabela. E ficou Isabela. À ilha de Bohio foi atribuído o nome de Hispaniola, e assim ficou. Como assim ficaram Santa Maria da Conceição e Fernandina.
Isso leva-nos precisamente à explicação dos nomes atribuídos, segundo a tese do Descobridor ser português. Esses nomes conteriam uma pista para a sua identificação.
S. Salvador - porque o seu nome próprio era Salvador.
Santa Maria da Conceição – nome do mosteiro em Beja, mandada construir por seu pai, o Infante D. Fernando, Duque de Beja. O jovem Salvador poderia ter sido crismado na capela deste mosteiro.
Fernandina – em homenagem ao seu pai, Infante D. Fernando, donde lhe viria o patronímico Fernandes.
Isabela – em homenagem a sua mãe, Isabel Zarco – filha do navegador João Gonçalves Zarco.
Juana (Cuba) – em homenagem ao Rei D. João II de Portugal, para o qual “Salvador Fernandes Zarco” trabalhava secretamente, sob o pseudónimo de Cristovão Colon, infiltrado junto dos Reis Católicos. Para não despertar suspeitas, o nome de Juana foi depois mudado para Cuba, terra natal de “Salvador Fernandes Zarco”.
Veja-se que, ao regressar desta sua viagem, “Colombo” não se dirigiu directamente para Espanha. Primeiro parou nos Açores, aparentemente devido a uma tempestade. E depois desviou-se para Lisboa, foi encontrar-se com o Rei D. João II, que se encontrava na quinta de Vale do Paraíso, na zona da Azambuja, apresentando-lhe os detalhes da viagem. Pernoitou na casa do Prior do Crato. No dia seguinte deslocou-se a Vila Franca para se encontrar com a Rainha e seu irmão D. Manuel (futuro Rei). Pernoitou em Alhandra, em casa de fidalgos do Reino.
Esta relação de amizade especial entre “Colombo” e o Rei D. João II não seria razão suficiente para que o nome Juana fosse substituído, de forma a não levantar suspeitas?
Pode acreditar-se que um tecelão italiano, ao serviço dos Reis de Castela, receberia estas mordomias da Corte portuguesa, com carácter de grande intimidade? Mais a mais se acabasse de descobrir a Índia que os Portugueses perseguiam havia tantas décadas?
Voltemos então a S. Vicente, nome atribuído a um local na primeira ilha. Seria um santo da especial devoção de Colombo? Não sabemos.
O que sabemos é que S. Vicente era o patrono de Cuba, localidade onde nasceu “Cristóvão Colon / Salvador Zarco”.
A pequena capela em Cuba era dedicada a S. Vicente (tal como ainda hoje a igreja matriz o é), e nessa pequena capela teria sido baptizado o jovem Salvador.
Estas poderão ser as pistas que, olhadas no seu conjunto, apontaram desde a 1ª viagem para a identidade portuguesa de Descobridor das Américas.
Os italianistas tentam ignorar, desprezar ou contornar estas pistas, só porque não permitem encaixar a coxa historieta oficial do Colombo italiano.
Carlos Calado - Amigos da Cuba
24 Jan 2007
quarta-feira, janeiro 24, 2007
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Boa noite,
ResponderEliminarJa pude ler mais ou menos o que é contado aqui:
"Veja-se que, ao regressar desta sua viagem, “Colombo” não se dirigiu directamente para Espanha. Primeiro parou nos Açores, aparentemente devido a uma tempestade. E depois desviou-se para Lisboa, foi encontrar-se com o Rei D. João II, que se encontrava na quinta de Vale do Paraíso, na zona da Azambuja, apresentando-lhe os detalhes da viagem. Pernoitou na casa do Prior do Crato. No dia seguinte deslocou-se a Vila Franca para se encontrar com a Rainha e seu irmão D. Manuel (futuro Rei). Pernoitou em Alhandra, em casa de fidalgos do Reino."
Qual é a bibliografia que apoia essas alegações?