sexta-feira, junho 13, 2008
quinta-feira, junho 12, 2008
A Cuba nos círculos de Cristóvão Colon (parte 3)
Os direitos sobre a aldeia de Cuba terão igualmente transitado para D. Álvaro de Ataíde.
Quer D. Álvaro de Ataíde, quer seu filho D. Pedro de Ataíde pertenceram ao grupo de nobres fidalgos que sairam de Portugal para Castela no mesmo período em que tal aconteceu com Cristóvão Colon. Segundo as versões tradicionalmente aceites, tal foi provocado pela segunda conspiração contra o Rei D. João II. Falta perceber se estavam envolvidos numa conspiração contra D. João II ou se eram eles próprios "a conspiração" de D. João II.
Veja-se que D. Vasco de Ataíde era Prior do Crato e padrinho de D. João II, foi em casa de um Ataíde que D. João II foi morrer em Alvor, uma sobrinha neta de D. Álvaro de Ataíde casou com um descendente de Zarco. Pedro de Ataíde, o Corsário Inferno bem poderia ser companheiro de aventuras de Colon e Guiomar de Ataíde casou com Jorge Alberto de Portugal e Melo, descendente de Vasco Martins de Melo, o qual casou em segundas núpcias com Isabel Colon, neta do Almirante Don Cristobal Colon.
Num episódio impossível de explicar no âmbito da versão do Colombo genovês, o Almirante Don Cristobal Colon, após a partida para a sua terceira viagem, desviou a sua rota directa ao Novo Mundo para ir socorrer os portugueses sitiados na praça forte de Arzila, no norte de África.
basta olhar para as ligações familiares dos três fronteiros de Arzila para se perceber que Colon não estava a apoiar compatriotas genoveses nem portugueses desconhecidos. Multiplicam-se as ligações com as famílias Ataíde e Melo, senhores de Castanheira, poderosos da Cuba.
No seu litígio com os Reis Católicos Fernando e Isabel pela defesa dos seus direitos contratualmente estabelecidos, mas que lhe foram sendo retirados, o Almirante Don Cristobal Colon foi auxiliado por D. Álvaro de Portugal (Bragança), também ele um nobre fidalgo que se mudou para Castela por ocasião da propalada segunda conspiração contra D. João II.
D. Álvaro de Portugal era casado com Dª Filipa de Melo, descendente de Vasco Martins de Melo.
Veja-se com quem casaram os filhos deste casal: Jorge Alberto casou com uma neta do Almirante Colon; Beatriz de Vilhena casou com D. Jorge de Lancastre, filho do Rei D. João II.
O Almirante Colon escolhia muito bem os seus aliados e apoiantes. Este D. Álvaro era Senhor de Tentúgal, Póvoa, Buarcos, Cadaval, e por acaso também de Vila Ruiva e Água de Peixes, localidades vizinhas da Cuba e actualmente integradas no concelho.
Seria Vila Ruiva a TerraRubra dos escritos atribuídos a Bartolomeu Colon?
Água de Peixes é uma quinta/palacete anexa a Albergaria dos Fusos, por acaso uma pequena localidade cujo nome se deve à indústria artesanal de tecelagem que aí existia.
Para além das evidentes sequências onomásticas, para além das múltiplas ligações com uma nobre família portuguesa, existe ainda um outro factor que nos aproxima daquela hipótese: Alonso de Carvajal, oficial do Almirante Colon, foi nomeado Regedor de Baeza após abandonar o serviço do Almirante.
Ainda uma curiosidade: Lopo de Albuquerque, mais um dos nobres que transitou para Castela com o pseudónimo de Pedro Nunes, foi nomeado Corregedor de.... Baeza.
Inequivocamente, a Cuba está bem no centro dos círculos, familiar, profissional e social do Almirante Don Cristobal Colon, ou seja, Cristóvão Colon.
quarta-feira, junho 11, 2008
Colon em Mafra
1- Infante D. Henrique numa vinheta com a cruz da Ordem de Cristo ao peito ladeado pelo anjo da anunciação
2- Duarte Pacheco Pereira enfrentando o Adamastor
3- Pedro Álvares Cabral sendo forçado para longe do Brasil enquanto o Brasil está sobre guarda de outro "espírito".
e
4- O Nosso Herói CRISTÓVÃO COLON acorrentado por alguém com serpentes que o forçam a não bolir numa pose de submissão e com um letrteiro ao colo que diz: "A Castila y a Leon Nuevo Mundo dio Colon."
domingo, junho 08, 2008
A Carta Falsa de Colombo?
Da mesma forma muitos historiadores são ensinados desde jovens a seguir o que lhes ensinam sem questionar. A apoiarem as teses de seus professores e assim enfrentam uma vida professional como meros continuadores desses professores e não são inovadores ou verdadeiros investigadores.
Quem der uma vista de olhos ao blog dos Três Musqueteiros, mais conhecido como Pseudo-História Colombina, nota que tudo é feito com um certo professionalismo e de bom gosto visual. Nota ainda que técnicamente tudo está no seu lugar perfeitamente ajustado, nivelado e copiado. Mas nota-se também uma falta grave. A falta de critica áquilo que transcrevem. Não sabem fazer mais que copiar. Pois seu trabalho não é de apresentar interpretações ao que escrevem mas simplesmente actuarem como robots copy+paste, copy+paste. Para além disto no que toca à história em questão nota-se que têm a cautela de nunca transcrever para ali algo contrário às suas crenças forjadas por professores já mortos do mesmo moldo de copy+paste que por si também não questionavam nada.
Actuam como aqueles animais domesticados submersos em livros de mofo e pó a quem jamais lhes cheirraá o ar fresco da selva .
Muitos até pensam que esta polémica só começou hoje ou em 1988 com o Prof. Mascarenhas Barreto e não sabem nada da verdadeira guerra que tem sido mantida por mais de quatro séculos entre os apoiantes de um genovês e os detractores que sempre viram que o lobo que nos vendiam era deveras uma ovelha disfarçada.
Para mim que nunca fui seguidor de ninguém mas que faço o meu julgamento baseado nos factos não tenho medo de enfrentar o establecimento mas também não sou burro. Não os vou enfrentar sem ter armas para isso e ainda algumas delas secretas. É com esta atitude que decidi meter aqui um texto de um autor que diz ter visto em Génova entre as muito famosas cartas de Colon e do Banco de S. Jorge uma carta original de Colon em Italiano. Em Italiano imaginem vocês!!!!!
Imaginem vocês que esta carta em Italiano não é nada mais nem menos que aquela escrita em Espanhol palavra por palavra e assinada pelo Almirante.
Ou seja nos arquivos de Génova exisitia uma carta do Almirante em Espanhol e a mesma carta do Almirante em Italiano sendo as duas igualitas no seu conteúdo. Imaginemos agora que se isto é verdade os falsários pensaram em tudo e estariam bem preparados para apresentarem a carta ou em Italiano ou em Espanhol segundo fosse necessário.
Vejamos o que nos diz o Sr. Robert Dodge em 1851.
At the meeting of the NEW YORK HISTORICAL SOCIETY, held at its rooms, on the evening of the fifteenth day of January, 1850, I had the honor of presenting to the Society a copy of one of the very few remaining autograph letters of Christopher Columbus, in the original and beautiful Italian. Upon the nineteenth day of January, 1848, during my stay at Genoa, I had the opportunity of examining that city's proudest treasury, its Custodia of the Memorials of Columbus... During the brief space that the Custodien allowed me to hold the letter in my hand, I succeeded in making a correct copy of the original, which, as one of but three landmarks of his history supplied by himself, and left for us, is justly regarded by his countrymen with no ordinary veneration.... I presented the copy that I thus had myself made, to the Society, without any accompanying data, which might be useful to demonstrate the originality and authenticity of the donation, as well as its historical importance.... The following is a copy of the letter in the original Italian, and translation obtained by myself from the same depository, in Genoa, January 19, 1848. ALLI MOLTO NOBILI SIGNORI DEL MOLTO MAGNIFICO UFFICIO DI S. GIORGIO A GENOVA. Al di dentro Molto nobili Signori: Benche il corpo cammini qua, il cuore sta li da continuo. Nostro Signore mi 'ha fatto la maggior, che dòpo David abbia fatto a nessuno. Le cose della mia impresa, giá risplendóno, e piu risplendérebbero, se la oscuritá del Governo non le coprisse. Io torno alle Indie, in nome della Santissima Trinitá, per tornare subito; e perché, Io son mortale, lascio, a D. Diego, mio figlio, che di tutta la rendita, vi corresponda corti, per il decimo del totale, di essa, ogni anno, per sempre, in sconto, del prodotto, del grano, e vino, edaltre vettovaglie commestibile. Se questo decimo sará molto, ricevetelo, e se no, ricevete la Volontá che io tengo. Vi prego, per grazia, che tengniàte riccomandato questo mio figlio. Messer Nicolo Odérigo sa dei fatti miei piu che io stesso, e lui ho mandato la copia dei miei privilegii, e carte ; perche li pongo in buona guardià, avrei piacere, che li vedreste. Il Re e la Regina, miei Signori, mi vogliono onora piú che mai. La San. Trin. guardi le vostre nobili persone, e accresca in molto magnifico uffizio. Fatto in Seviglia le 2 di Aprile 1502. L'Ammiraglio Maggure del Mare Oceano, e Vice Re, e Governatore Generale delle Isole, e della Terra Ferma, del Asia, e delle Indie, del Re, e della Regina, miei Signori, e suo Capitano Generale del Mare, e del suo Consiglio. S. S. A. S. X. M. Y. Xpo. FERENS. Supplex. Servus. Altissimi Salvatoris. Xristi. Mariffi. Josephi. Christo Ferens. TO THE MOST NOBLE GENTLEMEN OF THE ILLUSTRIOUS BANK OF ST. GEORGE AT GENOA. To the within Most noble Gentlemen : Although the body travels hither, the heart remains with you for ever. Our Lord hath shown me greater grace than after David hath he shown to any one. The affairs of my enterprise are now resplendent, and will be more so, if the darkness of the government shall not overwhelm them. I go again to the Indies, in the name of the Most Holy Trinity, to return speedily: and forasmuch as I am mortal, I leave in charge to Don Diego my son, that annually, for ever, he shall account to you for the one-tenth of all my income, in order to reduce the taxes on corn, wine and other provisions. If this Tenth shall be considerable, accept it; and if not, accept the regard I entertain for you. I solicit your gracious consideration for my son. Signer Nicolo Oderigo, knowing of my affairs more than I do myself, I have sent him the copy of my Privileges and Charters; and as I thus place them in good guardianship, have the kindness to examine, when you see them. The King and Queen, my Lords, treat me with more favor daily than ever. May the Most Holy Trinity safely keep your noble persons, and magnify you in your illustrious office. Done at Seville, the 2d of April, 1502. The High admiral of the Oceanic Sea, and Vice Roy and Governor General of the Islands, and of the Terra Ferma, of Asia, and of the Indies, of the King and Queen, my Lords, and their Captain General of the Sea, and of their Council. S. S. A. S. X. M. Y. Xpo FERENS. EXPLANATION OF THIS SIGNATURE. Supplex. Servus. Altissimi Salvatoris. Xristi. Mariae. Josephi. Christo Ferens. The Suppliant Servant of the Most High Saviour Christ, of Mary, of Joseph Christo Ferens or Christopher. MEMORIALS OF COLUMBUS, READ TO THE Maryland Historical Society, by ROBERT DODGE, 3 April, 1851. BALTIMORE: PRINTED FOR THE SOCIETY. MDCCCLI. JOHN D. TOY, PRINTER. |
Agora acho interessante meter aqui um texto relativo a fraude de cartas de Cristóvão Colon anunciado por John Boyd Thacher em 1904 o mesmo ano em que aparece o famaoso Documento Assereto.
TO THE DIRECTORS OF THE BANK OF ST. GEORGE
Of all the holographs which have come down to us from Columbus, none equals this in interest, not so much because of its subject-matter as for the part it has played in a famous forgery.
... If money to any great amount was ever lodged in the Bank of St. George by Columbus or his heirs, the fact is not recorded. His charities were never dispensed, because the funds were never deposited for that good purpose. Not a ducat was ever paid into the Bank and not a ducat was-ever paid out of the Bank ...
Sometime during the first week in August of the year 1829, Signor Antonio Lobero, the Archivist of the Bank of St. George, while rummaging among the old files, came across this letter.
He copied it and sent the copy to the Secretary of the Treasury. The municipal authorities learned of this, and as they already possessed the Codex, or Book of Privileges, and the two letters addressed to Oderigo, they asked that their Hall might become the repository of these relics.
Accordingly, in December, 1829, this letter was transferred to the Municipal Palace at Genoa, where it is at this day preserved....
quarta-feira, junho 04, 2008
Cristóvão Colon é ainda um mistério
...Manuel da Silva Rosa disse ser um seguidor do professor Mascarenhas Barreto que segundo ele "tem sido a ponta de lança que tem aberto o caminho" a outros investigadores. Depois de provar que o testamento é falso, o historiador investiga agora quem foi Cristóvão Colon, porque "o mais importante é provar qual nobre português era ele antes de se casar..." ler artigo inteiro no Diário do Sulsegunda-feira, junho 02, 2008
Nem a CIA trabalha tanto encoberto...
O pior disto tudo é que em vez de estas pessoas começarem a pensar que há nesta história algo que deve de ser revistado, fazem o contrário. Aceitam que a história está correcta e que nós é que andamos errados.
Actuando dessa forma juntam-se em bandos secretos a trabalhar por detrás das cenas escrevendo em blogues anónimamente e planeando entre si como derrubar a muralha do Colon Português para conseguirem manter de pé a farsa do Colombo Genovês somente para que os seus colegas e seus antepassados não venham a ser conhecidos no mundo como enganados em apoiarem aquela história de fantasia.
"De: xxxxxx xxxxxxxx
Data: 03/26/08 16:22:17
Para: xxxxxxxx @hotmail.com
Assunto: Manuel Rosa e suas divagações
Caríssixx xxxx xxxxxxxxxx,
Como tem passado? Espero que se encontre bem.
Bom…envio-lhe este e-mail porque penso que o Manuel Rosa já está a ultrapassar os limites de tudo…!
Como é que ele se atreve a falar mal da “comunidade científica portuguesa” se tem uma reduzida ideia dela?
Como é que o Manuel Rosa se arvora em “erudito historiador” se tem parcos conhecimentos?
Como é que fala em “genealogia” e “heráldica” se não conhece os princípios mais elementares?
Por tudo o que acima escrevi, eu tenho para mim que se impõe uma intervenção vigorosa. Bom seria que “certos meios” interviessem, até porque já existem extrapolações abusivas. Nem sempre o silêncio ou o alheamento, são as melhores respostas.
Gostaria de saber o que pensa sobre este delicado assunto.
Abraço Amigo,
xxxx x x xxxx"
Digo ainda que o Manuel Rosa mesmo sem ser perito em "genealogia" nem "heráldica" nem membro da "comunidade científica portuguesa" conseguiu provar que o brasão aceite por todos não era o verdadeiro. Conseguiu provar que a genealogia de Filipa Moniz não estava provada. Conseguiu provar que comunidade cientifica mundial estava errada em aceitar que:
- Colon não sabia medir Latitudes
- que Colon pensava viajar para a Índia
- que a paragem em Lisboa Março de 1493 foi por causa de uma tempestade.
- que o Testamento de 1498 era deveras redigido por Colon.
Enfim tudo isto só prova quanta inteligência foi necessária para fazer aquilo que os instruídos no tema não conseguiram fazer.
domingo, junho 01, 2008
A Cuba nos círculos de Cristóvão Colon (parte 2)
Olhando as ligações familiares de D. Luís de La Cerda, verificamos que sua filha, Leonor, era casada com Rodrigo Mendoza, descendente dos Furtado Mendonça / Hurtado Mendoza (ramos do Alentejo e da Andaluzia), e mais concretamente do próprio Alcaide de Beja.
O filho de D. Luís de la Cerda, Juan de La Cerda, que veio a ser o 2º Duque, casou com Mécia Manoel, filha de D. Afonso de Bragança e Dª Maria de Noronha. Dª Maria de Noronha era descendente de Dª Filipa de Ataíde, em cuja família ficara entretanto o título de Senhores de Castanheira (como se mostrará noutro quadro).
Verifique-se que um irmão de Dª Mécia Manoel, D. Fernando de Faro, era casado com Dª Isabel de Melo, descendente de Vasco Martins de Melo, já referido.
Uma descendente de outro irmºao (D. sancho de Noronha), Joana Manoel de Noronha casou com D. Juan de La Cerda, 4º Duque de Medinaceli, filho do 2º Duque.
Constatam-se pois, estreitas relações familiares entre o Duque de Medinaceli, que acolheu Cristóvão Colon em sua casa, durante dois anos, até que este conseguisse convencer os Reis Católicos a aceitar o seu projecto, e famílias portuguesas, com especial relevo para os Senhores de Castanheira e os Bragança.
Após ter apresentado a sua proposta aos Reis Católicos, Cristóvão Colon teve de sujeitar-se às avaliações de uma Junta de Sábios em Castela, presidida por Frei Hernando de Talavera.
O maior apoiante de CC dentro da Junta foi Frei Diego Deza.
Este Frei Diego Deza era nem mais nem menos que um português, Diogo de Eça, filho de D. Fernando de Portugal e descendente do Rei D. Pedro.
Interessantíssimas as ligações familiares de Frei Diego Deza, apoiante de Cristóvão Colon.
Os seus sobrinhos, filhos de Pedro de Eça, alcaide de Moura, casam com descendentes das famílias Zarco, Ataíde, Moniz e uma sobrinha-neta com um descendente de Vasco Martins de Melo. Dos seus outros irmãos, Garcia e Fernando, há dois casamentos com descendentes de Vasco Martins de Melo e um outro com descendente Zarco. As sobrinhas de Frei Diego Deza casam na região do Alentejo, com Senhores de vilas contíguas a Cuba (Alvito, Viana, Alcáçovas) e uma outra (Leonor de Sotomaior) tem mesmo uma relação com o Duque de Beja, D. Diogo, filho do Infante D. Fernando, 1º Duque de Beja.
Todas as ligações no quadro se referem à época em análise.
Ainda na viagem de regresso, Cristóvão Colon viu-se obrigado, devido a uma tempestade segundo relatado, a aportar a Santa Maria nos Açores.